Sou um amante e admirador dos animais e zelo pela Natureza.

domingo, 8 de julho de 2018

                                                              Serpentes e Besouros


             


                                    I-DEFINIÇÃO DE SERPENTES
Tanatofídio-  réptil de sangue frio, desprovido de membros (rastejante), de pálpebras e de aparelho auditivo externo. Enrodilha ou enrola-se para não perder calor, pois seu metabolismo não possui um sistema de controle térmico. Por ter a visão deficiente, as serpentes contam com outros órgãos sensoriais para compensarem esta deficiência, uma delas é a língua bífida ou bifurcada que, com ela sondam o ambiente, captando partículas soltas no ar, levando-as a um orifício situado no palato, chamado órgão de Jacobson, onde é feita a “leitura” ou identificação dessas partículas.
Existem mais de 2300 espécies espalhadas pelo mundo. No Brasil, popularmente chamadas de cobras.
           - Contradição quanto ao nome empregado 
Há uma contradição na utilização do nome cobra, pois cobra é o nome próprio dado a uma espécie de serpente encontrada no norte do continente Africano e na Ásia, cujo nome científico é Naja hannah, ou Cobra-Rei. É a maior serpente venenosa de todo planeta, conhecida nossa dos filmes. Quando irritada, se ergue e infla um papo (capelo) com a dilatação das costelas perto da glote, aprontando-se para o bote. No Brasil, temos como sua representante a serpente do gênero Micrurus, também conhecida como Cobra Coral, ou Coral Verdadeira.
Naja hannah, ou Cobra-Rei

Coral Verdadeira
II-          ESPÉCIMES PEÇONHENTOS ENCONTRADOS NO BRASIL
1-Bothrops – jararaca
2-Crotalus – cascavel
3-Micrurus – coral verdadeira
4-Lachesis - surucucu
1- BOTHROPS  
       
Este gênero de serpente é o mais conhecido e encontrado. Poderíamos, numa definição geral, dizer que este é o gênero da jararaca e suas irmãs, ou seja, todas são jararacas, isto porque suas peçonhas são de igual teor tóxico, com algumas poucas diferenças. Este gênero se subdivide em várias espécies e algumas mais conhecidas serão descritas abaixo. É certo que, entre uma e outra espécie existem diferenças, mas muito pouca no veneno.
Sua maior ocorrência vai desde o Rio Grande do Sul até o sul da Bahia, leste do Mato Grosso, e em todo o Nordeste. Ocorre em todo o território brasileiro e em boa parte da América do Sul. Neste gênero, encontraremos 22 espécies.
Habita os campos, bosques, e, sobretudo, campos cultivados, onde existem grande número de roedores, que constituem sua alimentação.
Ex: urutu cruzeiro, cotiara, jararaca ilhôa, jararaca, jararacuçu, caiçaca, jararaca pintada, boca de sapo, etc, sendo todos Bothops seus nomes científicos.
Ex: B.alternatus, B.cotiara, B.insularis, B.jararaca, B.jararacuçu, B.caiçaca, B.moojeni. Possuem fosseta loreal.
2-    CROTALUS
Crotalus durissus, ou cascavel. Nos fixaremos somente neste nome popular, pois assim o é chamada na maioria das regiões onde é encontrada.
Peçonha do tipo neurotóxico – ataca o Sistema Nervoso Central-, e hemolítico – destruição das hemácias. A ação neurotóxica é do tipo nefrotóxica atacando diretamente os  rins, causado parada renal, e por conseqüência morte.
Possui, no final da cauda, um dispositivo (guizo ou chocalho) que o faz vibrar, produzindo um som característico. Este dispositivo é o resquício de trocas sucessivas de pele, e, a cada troca, aumenta um elo do conjunto sonoro.
Encontrada em toda a América, procuram lugares quentes e ensolarados, e evitam florestas úmidas e quentes. No Brasil, o gênero Crotalus é dividido em 6 espécies.
Seu alimento geralmente consiste de pequenos mamíferos, e, algumas vezes, inclui também pássaros.
Possuem fosseta loreal.
   3-    MICRURUS
                                            
Conhecidas simplesmente como cobras corais, ou Corais Verdadeiras. Isto porque na mãe Natureza existem alguns outros animais que mimetizam  as cores desses animais peçonhentos, para sua proteção diante de predadores, chamadas de corais falsas.
Encontra-se em todo o continente Americano, e alimenta-se de pequenas aves e mamíferos. A peçonha é do tipo neurotóxico, com os sintomas parecidos com os da cascavel, com a diferença de também atacar o aparelho respiratório, causando a parada do diafragma , levando à  morte por asfixia.
Animal bonito e admirável pelos seus anéis coloridos, não explicados nem pelos especialistas, pois é um animal subterrâneo e de hábitos noturnos. Possui olhos pequenos e redondos, ponta da cauda romba, animal pouco agressivo com movimentos lentos e tranqüilos, pouco ou nenhum movimento do pescoço por não possuir as vértebras Atlas e Axis.
No Brasil, gênero subdividido em 19 espécies. Não possuem fosseta loreal.
    4-   LACHESIS
                                             

Conhecidas como surucucu, surucucu pico de jaca, surucucu de fogo e surucutinga. Encontradas nas florestas tropicais escuras e úmidas, e podem, ocasionalmente, ser encontradas em florestas secundárias.
É a segunda maior serpente venenosa do mundo (a primeira é a naja ou cobra rei), mas apesar de ser a segunda em tamanho, é a de maior peso. Alimenta-se de pequenos mamíferos e roedores, proporcionais a seu tamanho, tais como filhotes de paca,e de cotia, etc.
Sua calda termina  em uma vértebra córnea em  forma de espinho, e  suas escamas finais são arrepiadas, denunciando sua presença quando passa no meio dos arbustos ou quando agita a calda, demonstrando sua agressividade para algum predador ou algum transeunte distraído. Segundo o dito popular (folclore) nas regiões onde habita, este animal “também pica com a calda”.
Gênero subdividido em 3 espécies, sendo só uma delas encontrada no Brasil. Possuem fosseta loreal.
III-        IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS PEÇONHENTOS
Nas serpentes peçonhentas mais encontradas, notamos alguns detalhes que se sobressaem. Levando-se em consideração o que foi dito até agora, algumas observações serão feitas para melhor e mais rápida identificação destes animais:
-Quanto às corais: faz-se necessário o exame bucal para diferenciar a coral falsa da verdadeira, isto é, verificar se tem presas veneníferas ou não, já que, até mesmo os especialistas que trabalham com estes animais, têm dificuldade de diferenciá-los. Lembrando que  este exame não deve ser feito por leigo ou pessoa não adestrada com o manuseio do animal, nem mesmo com o animal morto, pois a peçonha pode estar ativa, não ter desnaturado, e causar acidente  fatal. Este procedimento não deve ser utilizado em nenhuma circunstância , com nenhum gênero de serpente, peçonhento ou não. 

-Quanto à cabeça: com exceção feita às corais, cabeça de desenho triangular e desproporcional    em relação ao pescoço, encontraremos entre os olhos e as fossas nasais (nariz) dois orifícios chamados fossetas loreais ou lacrimais, com função específica de sentir a mudança de temperatura ou a aproximação de um animal de sangue quente.
Outra diferença está nos olhos, com pupilas ovais e verticais como as dos gatos.
Obs- esta característica é notada em todas as serpentes de hábitos noturnos, sem que necessariamente seja animal peçonhento.
-Quanto ao corpo: ainda com exceção feita às corais, as serpentes venenosas têm desenhos que se mimetizam com o habitat, tornando-as camufladas ao ambiente.Estes desenhos geralmente têm forma geométrica, mas como nem tudo é regra, existem exceções.
Em linhas gerais, temos:
-cabeça triangular (desproporcional ao corpo)
-fosseta loreal ( menos no gênero Micrurus )
-pupila vertical ( menos no gênero Micrurus )
-corpo camuflado (com desenhos)
-presença de guiso (somente no gênero Crotalus)
-presença de anéis coloridos (somente no gênero Micrurus)
-escamas arrepiadas e ponta da cauda córnea (somente no gênero Lachesis)
1-      Com fosseta loreal entre a fossas nasais e o olho:
a)Com guiso na ponta da cauda – Crotalus
b)Sem guiso na ponta da cauda – Bothrops e Lachesis

2-      Sem fosseta loreal entre a fossas nasais e o olho :
            a)Com anéis coloridos com presas anteriores e fixas – Micrurus (corais)
            b)Com presas posteriores e fixas – Opistoglifas (ex: algumas falsas corais)
            c)Sem presas – não peçonhenta – (ex: jibóia)
3-      Tipos de dentição :
Outra maneira de diferenciar as serpentes venenosas é através da sua dentição. Existem 4 tipos de dentição nas serpentes:
-AGLIFAS- (a= ausência + glyphé= sulco)- dente maciço, sem canal central ou sulco, e não possui presas. Típico de serpentes não venenosas. São chamados animais
AGLIFODONTES.
Ex- jaracuçu do brejo, jibóias, caninanas, sucuris, etc
                                                                                                                                                                               OPISTOGLIFAS- (ophistos= atrás)                                                

Possuem um ou dois pares de dentes situados na parte posterior da maxila, afastados dos demais dentes. Estes dentes possuem um sulco externo por onde escorre o veneno. Raramente acontecem acidentes com estes animais devido à posição posterior das presas, pois têm que abrir muito a boca e segurar muito bem a vítima podendo ser consideradas como serpentes não peçonhentas. Animais rápidos e ágeis. Ex. falsas corais, muçuranas e filódrias (cobra verde de jardim). -PROTEROGLIFAS- (protero= dianteiro)
Animais com presas anteriores sulcadas e fixos ao maxilar, o que lhes permite inocular o veneno. Também causam poucos acidentes devido ao tamanho da boca, mas com acidentes letais. 
         












            IV-     DEFINIÇÃO DAS SERPENTES POR GÊNERO E TIPO DE VENENO
- DEFINIÇÃO DE VENENO E PEÇONHA
-VENENO- substância capaz de fazer mal a um ser, independente da via de ação ingerido, injetado, ou inalado podendo levar à morte.  Em muitos  casos sua ação é por via oral, sendo estas substâncias absorvidas pelo sistema digestivo.
          -PEÇONHA-  proteína altamente complexa que é  inoculada   na  corrente  sanguínea através de dispositivos  que o próprio  animal tem para esta finalidade – dentes   ou ferrões. Ou seja, as serpentes que possuem presas  inoculadoras  de veneno são chamadas
PEÇONHENTAS, e as  que   não  possuem  estes dentes, são  chamadas  NÃO PEÇONHENTAS.
Tal definição só é possível entender quando definidos os tipos de peçonha e seu modo de ação no organismo. A peçonha nada mais é que uma especialização da saliva da serpente, onde esta adquire o poder de destruição das proteínas e de desencadear diversas reações nos seres vivos para que se possa realizar a digestão. Então, isto quer dizer que a peçonha, para a serpente, atua como suco digestivo.
Encontraremos então quatro tipos de ação específica:

                                                                       1- Proteolítica 
                                                                       2-Coagulante
    3- Neurotóxica 
4-Hemolítica
1-         AÇÃO PROTEOLÍTICA- caracteriza-se pela destruição das proteínas do organismo. Provoca, no local da mordida, intensa reação que se reconhece pela dor, edema firme (inchaço duro), equimose (manchas), rubor (avermelhamento), bolhas hemorrágicas (ou não), que pode se seguir de necrose que atinge pele, músculos e tendões. As enzimas proteolíticas podem, pela agressão às proteínas, induzir a liberação de substâncias vasoativas, tais como bradicinina e histamina, substâncias estas que, nos envenenamentos graves, podem levar ao choque.
2-         AÇÃO COAGULANTE- substâncias que, através da mordida, penetram na circulação sanguínea, coagulam o fibrinogênio (substância que promove a coagulação do sangue), que se deposita em microcoágulos principalmente nos pulmões. Assim, o restante do sangue fica incoagulável por falta do fibrinogênio, sem que necessariamente haja hemorragia. Esta aparece quando as paredes dos vasos sanguíneos menores são lesadas pela ação proteolítica.

3-         AÇÃO NEUROTÓXICA- de difícil interpretação fisiopatológica ( efeito maléfico), sendo ainda objeto de investigação. Nos acidentes causados por CROTALUS, clinicamente provoca ptose palpebral (queda de pálpebra) e diplopia (visão dupla) poucas horas após o acidente. Já nos indivíduos mordidos por MICRURUS, além dos sintomas descritos acima, superpõe-se mialgia generalizada ( dores nos músculos), mal estar geral, sialorréia (salivação abundante), e dificuldade de deglutição. A insuficiência respiratória é a causa de óbito nos pacientes deste grupo.
4-         AÇÃO HEMOLÍTICA- a atividade hemolítica (destruição das células vermelhas do sangue) se expressa sob a forma de hemoglobinúria (urinar sangue). Este quadro evolui, quando não convenientemente tratado, para insuficiência renal aguda, causa principal de óbito nos pacientes. As alterações urinárias devido à hemólise não aparecem nas primeiras horas, surgindo entre 12 e 24 horas após o acidente.
 AÇÃO FISIOPATOLÓGICA 
          GÊNERO    
        NOME POPULAR
      Proteolítica                             
           Bothrops      
         jararaca,jararacuçu,urutu
     Coagulante

 jararaca do rabo branco,etc
     Proteolítica


     Coagulante                             
     Neurotóxica
           Lachesis       
         surucucu
     Hemolítica                              
     Neurotóxica
          Crotalus        
         cascavel
     Neurotóxica                            
           Micrurus      
         coral verdadeira
Chave geral para o diagnóstico clínico dos acidentes ofídicos:
                 
                   
                                                                  
  Sinais e sintomas precoces (imediatamente após)    inchaço local, dor viva local, sangramento
                    
                    
       Proteolítico     
                                
   hemorrágico local
 Sinais e sintomas tardio
Bothrops    
                    
                                
           bolhas, necrose (gangrena), abscessos
                                
 Sinais e sintomas precoces
                    
                    
                    
           Coagulante 
                                
                                
      alteração no tempo de coagulação (TC)  Sinais e sintomas tardio
  sangramento de gengivas, olhos e ouvidos





                                 
  Sinais e sintomas precoces
                                         
 Neurotóxico     




                                 
  “ fácies neurotóxica ”:diplopia (visão dupla), ptose    palpebral (queda de pálpebra), anisocoria (dilatação
Crotalus                        
                   
  da pupila) e mialgias (dores musculares)
                                 
  Sinais e sintomas tardio


       
Hemolítico        
                                                              
  urina vermelha, cor de água de carne ou coca cola,
   oligúria (diminuição e parada da urina), insuficiên   cia renal aguda
                  
                   
                                                                   
  Sinais e sintomas precoces
   diplopia, ptose palpebral, anisocoria e mialgias
Micrurus   
                                
    Neurotóxico                                  
  Sinais e sintomas tardio     afeta o aparelho respiratório e leva à morte por     asfixia


 
         
    Proteolítico       
                                                                  
                                Sinais e si
         
 Sinais e sintomas precoces:
   inchaço local, dor viva local, sangramento hemor  asfixia    rágico local
ntomas precoces Sinais e sintomas tardio:
  bolhas , necrose (gangrena), abscessos

            
  Sinais e sintomas precoces:
Lachesis   

         Neurotóxico
  hipotensão, bradicardia (pulso fraco), diarréia
         
         
 Sinais e sintomas precoces:
 alteração no tempo de coagulação
             
   Coagulante         
                                
 Sinais e sintomas tardio:
  sangramento de gengivas, olhos e ouvido
V-      ACIDENTES, COMPLICAÇÕES, TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

1- ACIDENTE BOTHRÓPICO
Corresponde a aproximadamente 90% dos acidentes por serpentes peçonhentas.
a)Agente -  jararaca
b)Patogenia e quadro clínico - veneno proteolítico e coagulante.
CASO BENÍGNO            
            CASO MÉDIO                  
     CASO GRAVE
- edema local discreto         
           -edema local evidente          
      -edema local intenso
 ou ausente                          
          -sangue incoagulável            
       sangue incoagulável
- tempo de coagulação        
             (mais de 30 minutos)         
       (maisde30 minutos )
 prolongado (até  15           
           -estado geral conservado     
       -mal estado geral-
 minutos)

   (choque periférico)
. c)Tratamento específico- soro antibotrópico ou fração antibotrópica do soro antiofídico ( polivalente ).
           
 CASO BENÍGNO      
        CASO MÉDIO            
            CASO GRAVE
DOSE
     100mg                      
         150 a 200mg                 
             400mg ou mais
VIA   
     1/1 SC                      
         1/3 SC e                        
              1/3 SC e
           
                                      
         2/3 EV                          
              2/3 EV
obs-  SC – subcutânea
         EV – endovenosa




                                       -Tratamento complementar       - hidratação
-  anti-histamínico
-  antibioticoterapia
-  analgésicos
-  posição da cabeça mais baixa que os pés (diminuir o         edema)
d)Prognóstico

Mortalidade   nos casos não tratados.......................................................8%
           nos casos tratados.............................................................0,7%
2-  ACIDENTE CROTÁLICO
Corresponde a aproximadamente 9% dos acidentes por serpentes peçonhentas.
a)Agente - cascavel
b)Patogenia e quadro clínico - veneno neurotóxico e hemolítico.
CASO MODERADO
  CASO GRAVE
                         -“fácies neurotóxica”:                         -fácies neurotóxica
                     (ptose, diplopia, anisocoria)                    -dores musculares
                         -estado geral conservado                     -urina cor de água de carne
                                                                                      -mal estado geral





                                                                  fácies neurotóxica
c)Tratamento específico - soro anticrotálico ou fração anticrotálica do soro antiofídico.
                       
         CASO MODERADO       
           CASO GRAVE
DOSE      
         150 a 200mg                       
            mais de 200mg
VIA         
          1/3 SC                                
                                              2/3 EV                                             2/3 EV
             1/3 SC

-Tratamento complementar           -hidratação (soro)
                                                          -administração de diurético
                                                          -vacina antitetânica
                                                          -antiinflamatórios
                                                          -antibioticoterapia
- bicarbonato de sódio a 5% (50mg cada 6h )

d)Prognóstico
Mortalidade      nos casos não tratados................................................72%                           nos casos tratados......................................................12%


3- ACIDENTE ELAPÍDICO
Corresponde a aproximadamente 0,7% dos acidentes por serpentes peçonhentas.
a)Agente - coral
b)Patogenia e quadro clínico - veneno neurotóxico.
CASO GRAVE
    -fácies neurotóxica
    -distúrbios respiratórios (asfixia)
c)Tratamento específico - soro antielapídico.
CASO GRAVE
DOSE  

       100 a150mg
VIA     
      1/3 SC e 2/3 EV

-Tratamento complementar -  não tem - no caso deste  tipo de acidente, internar imediatamente o paciente.
d)Prognóstico



Mortalidade        nos casos não tratados.............................................100%                             nos casos tratados...................................................15% 4- ACIDENTE LAQUÉTICO
a)Agente - surucucu
b)Patogenia e quadro clínico - veneno proteolítico, coagulante e neurotóxico
CASO BENÍGNO            
            CASO MÉDIO               
        CASO GRAVE
- edema local discreto         
       -edema local evidente           
  -edema local intenso
 ou ausente                          
       -sangue incoagulável            
  -sangue incoagulável
- tempo de coagulação        
           (mais de 30 minutos)        
    (maisde30minutos )
 prolongado (até  15          

        -estado geral conservado     
   -mal estado geral-
 minutos)
   
    (choque periférico)                -
estado geral conservado
                                       
                                  
                                                                                                         
    
  -sinais de excitação vagal      (nervo vago)- bradicar     dia, hipotensão arterial
     e diarréia
TC- (tempo de coagulação)- Normal= até 10 minutosProlongado= de 10 a 20 minutos
Incoagulável= mais de 30 minutos
c)Tratamento específico - soro antilaquético.
Poucos casos estudados. A gravidade é avaliada pelos sinais locais e intensidade das manifestações vagais ( pulso fraco, pressão baixa e diarréia). A determinação do TC tem sido usada como parâmetro de eficácia da dose do soro. Se após 12h do início do tratamento o sangue ainda estiver incoagulável, deve-se realizar soroterapia adicional para neutralizar 100mg do veneno.
           
 CASO BENÍGNO      
        CASO MÉDIO            
            CASO GRAVE
DOSE
     100mg                      
         150 a 300mg                 
             400mg ou mais
VIA   
     1/1 EV                      
         1/1 EV                          
           1/1 EV

-Tratamento complementar       - hidratação
-  anti-histamínico
-  antibioticoterapia
-  analgésicos
-  posição da cabeça mais baixa que os pés (diminuir o         edema)
d)Prognóstico -
Mortalidade       nos casos não tratados ..........................................100%                            nos casos tratados ......de difícil avaliação por serem poucos os casos                                                                estudados.
VI-      ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES NÃO PEÇONHENTAS

Da totalidade dos casos de acidentes com história de mordida por serpente, 40% são causados por serpentes não peçonhentas. O conhecimento deste fato é importante, pois a experiência tem demonstrado que a simples referência a acidente ofídico tem sido, erroneamente, motivo para indicação de soroterapia, sem que os critérios de diagnósticos mais elementares tenham sido, preliminarmente, observados.
Essa conduta, fruto do desconhecimento sobre o tema por parte das equipes de saúde, além de incorreta, não é totalmente inócua para o paciente, podendo causar efeitos colaterais.
a)Exame local da mordida: as serpentes não peçonhentas geralmente deixam múltiplos sinais de picada, com trajeto em arco.
b)Avaliação clínica: consiste na procura das alterações – sinais e sintomas- que podem ser encontradas nos acidentes ofídicos, decorrentes dos vários tipos de venenos.
Deve- se procurar:
-          Edema local - alteração devido à ação proteolítica
-          Alteração do TC - devido à ação coagulante
-          Fácies neurotóxica - devido à ação neurotóxica
A ausência destas alterações permite o diagnóstico de acidente por serpente não peçonhenta, afastando a possibilidade de inoculação de um dos venenos conhecidos. Obs - Deve-se levar em conta possíveis alterações dos quadros clínicos devido a um eventual uso de garrote.
Seqüelas podem ocorrer algum tempo após o acidente mesmo com animais não peçonhentos, pois existe uma grande contaminação do local ferido, devido à flora bucal destes animais ser extremamente contaminada, visto que seu alimento é decomposto no estômago (putrefação).
VII-    ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES PEÇONHENTAS
Da totalidade dos casos de acidentes causados por serpentes peçonhentas, divide-se assim:
- Gênero Bothrops...................................................90%
- Gênero Crotalus....................................................9%
- Gênero Micrurus...................................................menos de 1% - Gênero Lachesis....................................................menos de 1%



- Incidência quanto à região da mordida :

                       -Membros inferiores e superiores...........................90%

           -Cabeça, pescoço e ombros.....................................5%

Estando no chão, a maior parte dos ofídios tem seu bote restrito a 1/3 do comprimento do seu corpo, pois é até onde a sua musculatura lhe proporciona o arremesso da cabeça, exceção feita às corais, pois estas não desenvolvem este tipo de bote.

Obs: Os casos de acidentes na região  da cabeça, pescoço e ombro, com o indivíduo estando na posição ereta (em pé) é comum com serpentes  arbóreas, ou seja, aquelas que se alimentam de aves e sobem em árvores para caçar. Ex: Bothrops insularis,  Bothrops bilineata (surucucu da patioba), etc.

VIII-     PRIMEIROS SOCORROS (PRONTOSOCORRISMO)

Conjunto de ações com o objetivo de manter a vida e/ou minimizar sofrimentos e seqüelas, prestadas às vítimas de acidentes, até que socorristas especializados tomem conta do caso. Os primeiros socorros em acidentes causados por serpentes venenosas consistem em:

1- Não amarre a perna ou braço, nem faça torniquetes. O garrote impede a circulação sanguínea e pode produzir necrose ou gangrena. Muitas vezes o garrote agrava os efeitos da mordida. Não cortar nem fazer sucção no local da mordida.

2-Não administrar soro antiofídico sem acompanhamento médico hospitalar. São comuns reações alérgicas ao soro (choque anafilático), piores até que a mordida da cobra, pois necessitam de medicação urgente, e pode levar à morte mais rápido.

3- Lavar o local ferido com água e sabão, fazer a higiene no local, acima e a baixo do mesmo. Se o local apresentar dois furinhos, é certeza de que se trata de serpente peçonhenta.

4- Se houver dor, administrar analgésico. Também manter o paciente hidratado com soro glicosado ou mesmo soro caseiro.

5- Mantenha o acidentado deitado, com o mínimo de movimentos possíveis, pois os movimentos facilitam a absorção do veneno. Manter o membro ferido em posição elevada para que não aumente a circulação sanguínea no local e espalhe mais rapidamente o veneno.

6- Procure identificar a serpente (se possível, matar e levar com o paciente). Se isso não for possível, procurar ver se tem chocalho no final da cauda (cascavel), ou se é colorida em preto, vermelho e branco (coral).

7- Leve o acidentado para o posto de saúde mais próximo, a fim de tomar o soro apropriado.

IX-       SOROTERAPIA – SOROS ESPECÍFICOS E POLIVALENTES

Os soros antiveneno (soros heterólogos) são obtidos a partir de soro de eqüídeos (cavalos) hiperimunizados com venenos específicos. Nos casos onde a soroterapia for indicada, ela é o único tratamento eficaz.

a)Tipos de soro antiveneno

  

O Instituto Butantã (São Paulo), prepara para este fim os seguintes soros antivenenos, concentrados e purificados:

1-Soro Antiofídico polivalente – para o tratamento de acidentes causados por mordidas de serpentes dos gêneros Bothrops e Crotalus (jararaca e cascavel).

2-Soro Antibotrópico – para tratamento de acidentes comprovados  de mordidas de serpentes do gênero Bothrops (jararaca).

3-Soro Anticrotálico - para tratamento de acidentes comprovados de mordidas de serpentes do gênero Crotalus (cascavel).

4-Soro Antielapídico – para tratamento de acidentes comprovados de mordida de serpentes do gênero Micrurus (coral verdadeira).

5-Soro Antilaquético – para tratamento de acidentes comprovados de mordida de serpentes do gênero Lachesis (surucucu).
6-Soro Antibotrópico-laquético – para o tratamento de acidentes causados por mordida de serpentes dos gêneros Bothrops e Lachesis (jararaca e surucucu).
b)Técnica para conservação dos soros, validade e vencimento
1-Conservação – os soros nunca devem ser conservados em congelador, e sim na geladeira, onde a temperatura está entre 2 e 8 graus positivos, assim mantêm sua potência neutralizadora por vários anos.
2-Validade – o prazo de validade indicada no rótulo é de três anos, a contar da última prova de potência.
3-Vencimento – os soros com prazo de validade vencido não devem ser desprezados, podendo ser usados em situações de emergência, considerando porém, como tendo somente a metade da potência indicada na embalagem.
c)Prova de sensibilidade
Esta prática deve ser efetuada como rotina nos pacientes que serão submetidos à soroterapia, e sempre antes da administração de anti-histamínicos ou corticosteróides, pois estes últimos podem mascarar os resultados.
1- Injetar 0,1ml por via intradérmica de soro na face anterior do antebraço. 2- Leitura após 15 minutos.
                     REAÇÃO POSITIVA                  
         REAÇÃO NEGATIVA
       Desenvolvimento de pápula urticariforme            Ausência de pápula local.
       com prolongamentos, no ponto de inocu-             Pode haver eritema, mas sem        lação.                                                                      relevo.

d)Administração de soro heterólogo
Esta fase deve ser sempre precedida da prova intradérmica de sensibilidade.
-Com prova intradérmica negativa – nos pacientes não sensíveis, deve-se proceder a administração da dose recomendada, nas vias preconizadas. A administração prévia de anti-histamínicos (Fenergan), 1 ampola por via muscular, tem se mostrado benéfico, pois, além de diminuir as reações adversas, seda o paciente.
-Com prova intradérmica positiva – neste grupo, a administração do soro deverá ser efetuada com precauções especiais:
1-Injetar um anti-histamínico 15 minutos antes da aplicação do soro.
2-Injetar o soro fracionadamente, iniciando com 0,1 ml e aumentando gradativamente, em intervalos de 10 minutos, para 1 ml e 5 ml. Por fim, injetar a dose restante, utilizando sempre a via subcutânea.
3-Ter à mão adrenalina 1/1000 e injetar 1 ml via intramuscular, caso sobrevenham sintomas de choque anafilático.
É conveniente ressaltar que, mesmo ante o risco indicado por uma prova de sensibilidade positiva, não se deve hesitar na administração do soro específico.
Evitar a via intravenosa nos casos de hipersensibilidade.
e)Reações inerentes à soroterapia
1- Reação imediata – Choque anafilático
O choque anafilático é muito raro, porém, deve ser considerado devido a sua gravidade. As reações do tipo anafilactóide, (que podem ser definidas como choque sistêmico onde ocorrem secundariamente à introdução de substâncias estranhas ao organismo, e uma reação antígeno/anticorpo não pode ser demonstrada), são observadas, sobretudo nos indivíduos que anteriormente receberam o soro de cavalo, ou apresentem antecedentes alérgicos. Do ponto de vista clínico, pode-se observar exantema, reação urticariforme, espasmo brônquico, edema de glote (com conseqüente asfixia), choque periférico, e, se não tratado imediatamente, leva à morte.
As drogas de escolha no tratamento dessas emergências são: adrenalina aquosa 1/1000 e corticosteróide (hidrocortisona) por via venosa.
2- Reação tardia – Doença do soro
A doença do soro é outra reação que pode aparecer entre 6 a 10 dias após a injeção do soro, e caracteriza-se pela febre, erupção urticariforme, dores articulares e musculares. É relativamente rara, em virtude da purificação a que são submetidos os soros terapêuticos. Esta reação deve ser tratada preventivamente com a administração de anti-histamínicos durante 10 dias após a soroterapia, e corticosteróides.
X-         PROFILAXIA DOS ACIDENTES OFÍDICOS
Por uma série de fatores relacionados ao comportamento das serpentes e do próprio homem, a prevenção dos acidentes ofídicos torna-se extremamente difícil. No entanto, algumas medidas básicas de prevenção podem ser adotadas:
1-Deve-se evitar, na medida do possível, andar descalço ou de chinelo, nos locais em que haja ocorrência de serpentes. O uso de determinados tipos de calçados, como as perneiras e botas de cano alto, pode evitar entre 50 e 75% dos acidentes, já que, geralmente, são os pés e as pernas os locais mais atingidos.
2-Deve-se ter atenção redobrada no próprio local de trabalho e onde haja matas, capinzais e pomares com muitas árvores, além dos caminhos habitualmente percorridos. Nestas situações, ao se passar de um local claro para outro mais escuro, é aconselhável que o indivíduo espere alguns instantes, o que fará com que sua visão se acostume à mudança de claridade e possa perceber a presença de serpentes, ou de movimentos estanhos.
3-Deve-se manter atenção especial ao subir em árvores ou até mesmo ao colher frutos, pois existem serpentes que habitam as árvores, o que é comprovado pelo registro de 5 % de acidentes ofídicos com mordida na cabeça, rosto, ombros e braços.


4-O ato de introduzir a mão em buracos na terra ou cupinzeiros, ou revirar montes de terra e lenha, pode representar grande perigo, já que estes locais são, muitas vezes, habitados por serpentes venenosas, e ou seu alimento.

5-Quando houver condições, a construção de calçadas em torno das moradias e obstrução de grandes frestas, porventura existentes entre a porta e o chão (meio pelo qual muitas serpentes penetram nas casas), podem evitar acidentes. Da mesma forma, é importante manter sempre limpa a área ao redor das moradias, assim como evitar o acúmulo de madeiras, tijolos ou pedras junto à habitação. Deve-se, igualmente, evitar trepadeiras que encostem na casa, ou folhagens que penetrem ou alcancem o telhado ou forro. Uma prevenção simples e eficaz é a criação de galinhas, gansos e outras aves, soltas no terreiro, já que estes animais afugentam as serpentes.

6-Deve-se evitar os acampamentos próximos a plantações, pastos ou matas. Nos momentos de lazer, quando se estiver às margens de rios ou lagoas, é necessário ficar alerta. Estes locais, principalmente os barrancos de rios, são habitat usual de cobras e serpentes.

7-As serpentes venenosas alimentam-se preferencialmente à noite. Nesse período, portanto, devem ser evitadas as caminhadas nas proximidades de gramados e, até mesmo, jardins.

8-As emas, seriemas, corujas e gaviões, são inimigos naturais das serpentes. Preservar a vida destas aves e os locais onde elas habitam, representa grande proteção ao homem e ao equilíbrio ecológico.

XI-        DA CAPTURA DO ANIMAL OU SUA MORTE

Na maioria das vezes quando encontramos um animal, nem sempre temos ferramentas para capturá-lo. Quando não se está prevenido para isto, ou em campanha, devemos nos lembrar que “às nossas costas vem um companheiro”, que pode se acidentar. Neste caso é prudente optar pelo sacrifício do animal.
Se optarmos pela captura do animal, esta deve ser feita da maneira mais segura possível, isto é, usando instrumentos adequados a este fim. Estes instrumentos consistem de um laço ( laço de Lutz), e de um gancho, de fácil manufatura, uso e transporte.




Gancho

Com este gancho, ergue-se o animal pelo meio do corpo que, como outro animal qualquer, tenta se equilibrar. Visto que estes animais têm seus órgãos internos também alongados (fígado, pulmão) devido ao formato do seu corpo, evitam, na medida do possível, as quedas, pois estas podem acarretar a ruptura destes órgãos. Esta manobra torna a captura mais fácil, e então se coloca o animal onde desejar – caixa, saco, ou longe do caminho.







                                                                       Laço de Lutz





Com este, como o nome já diz, laça-se o animal logo atrás da cabeça e o coloca numa caixa, ou no local desejado.

Quando não houver escolha, elimina-se o animal com uma pancada forte logo atrás da cabeça.

Cuidado- um animal com a cabeça cortada pode ainda causar acidente.

           XII -         DO USO COMO ALIMENTO



Em sobrevivência, usa-se de todos os meios possíveis para se manter vivo, sozinho ou em grupo. O homem sobrevive uma semana sem alimento, três dias sem água. Achar água é primordial, e o alimento? É o que acharmos. Se a primeira serpente aparecer, porque não comê-la? Um corte atrás da cabeça, e outro antes do rabo, e teremos quase um peixe frito, assado ou cozido, nunca cru, pois numa temperatura superior a 50 e até 100 graus, nós deterioraremos tanto o veneno, quanto alguma doença que, por ventura, o animal tenha.

XII-          FOLCLORE

“Colocar animais na pinga”

“Colocar fumo ou querosene na picada”

“Urutu quando não mata, aleija”. E muito mais.

São ditos populares que foram se espalhando com o tempo, e que nem sempre devemos levar em conta.

Atenção- nem sempre as serpentes peçonhentas injetam  todo o veneno  e nem sempre as que dão bote são venenosas. O fato de uma vítima sobreviver a um acidente, não significa que ela foi “curada de cobra” ou imune ao veneno. Não se esquecendo que a peçonha é um suco digestivo, ela pode morder e não injetá-lo, como também pode  morder e, por um infecção qualquer, os condutos do dente por onde passam o veneno podem estar obstruídos e o veneno não poder passar.

XIV-       USO CIENTÍFICO

Antes do advento dos medicamentos (drogas) sintéticos, o veneno dos Bothrops já era usado há décadas, na produção de remédios (agentes coagulantes) para pacientes portadores de hemofilia, na atualidade, desenvolveu-se uma cola cirúrgica a partir do veneno deste animal. Já o veneno dos Crotalus, é usado na confecção de drogas para o coração.



LEMBRE-SE, NA NATUREZA NÃO HÁ VILÕES. NÃO MATE AS SERPENTES SIMPLESMENTE POR ESTAREM VIVAS. ELAS MANTÊM O EQUILÍBRIO NATURAL COMENDO ROEDORES, QUE TRANSMITEM DOENÇAS E DÃO PREJUÍZOS NAS PLANTAÇÕES E PAIÓIS.


                                    TIPOS DE SERPENTES E SUAS CARACTERÍSTICAS

Jararaca-do-norte (Bothrops atrox)
bothrops-atrox_jararaca-do-norte-2_vanessa-gama_site-555x372                                 Ocorrência: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Tocantins.  É a serpente mais abundante e a que causa mais acidentes na Amazônia. Apresenta grande porte, com as fêmeas podendo medir até 1,72 m de comprimento. Padrão de coloração varia consideravelmente, indo desde ao oliva, até o marrom ou amarelo. Os desenhos do corpo se localizam de forma dorso-lateral, com formato trapezoide ou retangular.
Jararaca-verde (Bothrops bilineatus)
jararaca_verde.jpg                       Ocorrência: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo, Rondônia, Roraima.            Arborícola, apresenta intensa cor verde com duas linhas amarelas ventrolaterais que percorrem o corpo, e geralmente tem 70 cm de comprimento, dificilmente ultrapassando 1 m. Não costuma ser abundante nos locais em que habita, apesar de serem relativamente fáceis de serem encontradas em alguns locais do Acre.

Jararaca-da-seca (Bothrops erythromelas)

seca.jpg                                                                       Ocorrência: Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí.                                                                                                                       Única espécie de jararaca da Caatinga. Não apresenta grande porte, tendo em média 54 cm de comprimento. Dorso amarronzado com desenhos triangulares e ventre amarelado.

Malha-de-sapo (Bothrops leucurus)

Resultado de imagem para bothrops leucurus                                Ocorrência:   Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará.                                   É a serpente peçonhenta mais comum da Mata Atlântica do Nordeste. Atinge 1,2 m de comprimento em média, mas há registros de até 1,5 m. O desmatamento tem favorecido sua expansão territorial.

Caiçaca (Bothrops moojeni)

Resultado de imagem para caiçaca                                    Ocorrência:   Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Maranhão, Piauí.                                                                                                          É uma das principais serpentes peçonhentas do Cerrado, sendo de grande porte, atingindo até 1,6 m de comprimento. Apresenta a peculiaridade de dar o bote em posição vertical, diferente das outras jararacas, sendo considerada a espécie mais agressiva.                                      

Jararaca (Bothrops muriciensis)

Imagem relacionada                                               Ocorrência: Alagoas.                                                                                                                                         Espécie endêmica da Mata Atlântica nordestina, descrita em 2001.

Jararaca-pintada (Bothrops neuwiedi)

                                                         Ocorrência: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Tocantins, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Ceará.                                                                                                                          Originalmente, era considerada uma espécie com ampla distribuição geográfica, com 12 subespécies. Uma revisão taxonômica em 2008 desmembrou esse “complexo específico”, reconhecendo 7 espécies novas a partir desse complexo. Não é uma espécie de grande porte, medindo em média entre 60 e 70 cm de comprimento.

Jararaca-tapete (Bothrops pirajai)

Resultado de imagem para jararaca tapete                                                                                    Ocorrência: Bahia, Minas Gerais.                                                                                                                  Serpente ameaçada de extinção endêmica do Brasil. Hábitos terrícolas, com porte relativamente grande, podendo atingir 137 cm de comprimento.

Cascavel (Crotalus durissus)

Resultado de imagem para cascavel                                           Ocorrência: Todo Brasil exceto o Acre.                                                                                                        Conhecida pelo chocalho na ponta da cauda (guizo), tendo no máximo 1,9 m de comprimento, sendo uma das serpentes venenosas mais temidas do mundo. É encontrada em todo o Brasil, ocorrendo preferencialmente em áreas abertas. O desmatamento aumentou consideravelmente sua distribuição geográfica.

Coral-verdadeira (Micrurus brasiliensis)

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Ocorrência: Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins.                                                                                A mais conhecida entre as especies de  cobras corais. Tricolor de médio porte medindo entre 65 e 81 cm, até 1,5 m de comprimento. Corpo vermelho com 11 a 14 tríades de anéis pretos, com cabeça banda vermelha e focinho branco. É uma espécie incluída no “complexo específico” de Micrurus frontalis.

SERPENTES da CAATINGA

Jararaca

Nome Científico: Bothrops jararaca (WIED, 1824)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Desenhos dorsais em forma de "V" invertido, com tons cinzas, esverdeados e amarronzados.
Incidência: Sul e Sudeste do Brasil (ARGÔLO, 1992)
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Botropca
Nutrição: Lagartos, aves e pequenos mamíferos.
Dimensão: até 1,50 m



Caiçaca, Jararacuçu

Nome Científico: Bothrops moojeni (HOGE,1965)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Desenhos dorsais em forma de "V" invertido, com tons de dentro pra fora: cinza, esverdeado, preto e branco. Corpo predominantemente esverdeado e volumoso. Ventre acinzentado.
Incidência:Cerrado
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Botropca
Nutrição: Lagartos, aves e pequenos mamíferos.
                                                                      Dimensão: até 1,80 m

Jibóia

Nome Científico: Boa constrictor constrictor (LINNAEUS,1758)
Família: Boidae
Morfologia Externa: Coloração geral parda-violácea, com faixas de cor escura no dorso e desenhos laterais ovóides ou rômbicos.
Habitat: É comum em todo o Brasil, especificamente em florestas, campos e caatingas.
Incidência: Áglifa Peçonha: Não possui
Nutrição: Alimenta-se de aves e outros pequenos mamíferos.
Dimensão: até 5 m


Cobra-preta, Muçurana  

Nome Científico: Boiruna maculata (BOULENGER, 1896)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Quando filhote corpo quase todo rosado e cabeça preta e branca, quando adulta preto por todo o corpo, exceto uma pequena porção ventral próxima a cabeça.
Incidência: Interior do Brasil
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos, serpentes, aves e pequenos mamíferos.
Dimensão: até 2,50 m


Jararaca-do-cerrado

Nome Científico: Bothrops itapetiningae (BOULENGER, 1907)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Desenhos dorsais em forma de "V" invertido, com tons marrom-médio delineados com branco, predominantemente marrom-claro, e ventre marfim com pintas escuras nos flancos.
Incidência: centro-oeste
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Botropca
Nutrição: Lagartos, aves e pequenos mamíferos.
Dimensão: até 1,0 m

Jararaca-de-rabo-branco

Nome Científico: Bothrops leucurus (WAGLE,1824)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Possui desenhos em forma de trapézio, tons marrons e ligeiramente amarelados, ventre esbranquiçado em forma de xadrez. filhotes de cauda clara ou amarelada.
Incidência: É comum em todo o Brasil, especificamente em florestas, campos e caatingas.
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Botropca
Nutrição: Alimenta-se de aves e outros pequenos mamíferos.
                                                                      Dimensão: até 1,90 m

Jararaca, Malha-de-cascavel

Nome Científico: Bothrops erythromelas (AMARAL,1923)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: marrom avermelhado até o cinza, manchas dorsais irregulares, lembrando trapézios. Possui faixa postocular. Ventre claro ligeiramente manchado em tons escuros.
Incidência: Caatingas.
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Botropca
Nutrição: Alimenta-se de lagartos e pequenos mamíferos.
                                                                      Dimensão: até 85 cm

Jararaca pintada

Nome Científico: Bothrops neuwiedii (WAGLER,1824)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Sem padronagem definida, manchas escuras por todo o dorso, e bordas do ventre em tons mais claros (de amarelo para laranja).
Incidência: Cerrado
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Botropca
Nutrição: Lagartos, aves e pequenos mamíferos.
Dimensão: até 90 Cm

Cascavel, Maracambóia

Nome Científico: Crotalus durrissus cascavela (WALGER,1824)
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Tons de fundo em marrom, cinza ou pardo, com losangos escuros enfileirados no dorso, faixas longitiudinais escura no pescoço. Possui na ponta da cauda um chocalho ou guiso.
Incidência: Caatingas, campos e cerrado
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Crotálico
Nutrição: Aves e pequenos mamíferos.
Dimensão: até 1,80 m



Cascavel, Maracá

Nome Científico: Crotalus durrissus terrifucus
Família: Viperidae
Morfologia Externa: Tons de fundo em marrom, cinza ou pardo, com losangos escuros enfileirados no dorso, delineados por escamas brancas, faixas longitiudinais escura no pescoço. Possui na ponta da cauda um chocalho ou guiso.
Incidência: Cerrado e regiões secas do sudeste do Brasil
Dentição: Solenóglifa Peçonha: Crotálico
Nutrição: Aves e pequenos mamíferos.
Dimensão: até 1,80 m

Casco-de-burro, Jararaquinha

Nome Científico: Liophis poecilogyrus xerophylos (WIED, 1835)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: O colorido varia conforme a idade. Indivíduos jovens podem ter o crânio destacado em vermelho escuro e manchas pretas enfileiradas por todo o corpo. Adultos podem ter padrões cinza ou alaranjado.
Incidência: Tipicamente da caatinga, alguns exemplares no litoral
Dentição: Áglifa
Nutrição: Lagartos e rãs.
                                                                      Dimensão: até 80 cm

Sucuri, sucuiú

Nome Científico: Eunectes murinus (LINNAEUS,1758)
Família: Boidae
Morfologia Externa: Coloração geral parda-amarelada, com faixa escura após os olhos até o fim do crânio, no dorso desenhos ovóides ou rômbicos. Olhos bem destacados dos olhos e voltados para cima, possibilitando o forrageio superficial na água.
Habitat: É comum em ambientes aquáticos da Mata Atlântica e Amazônica, exceto no sul do Brasil
Incidência: Áglifa Peçonha: Não possui
                                                                  Nutrição: Alimenta-se de aves, mamíferos e jacarés de médio porte
                                                                     Dimensão: até 9 m

Salamanta, cobra-de-veado

Nome Científico: Epicrates cenchria assisi
Família: Boidae
Morfologia Externa: De coloração geral castanha, com manchas negras ocelares nos flancos.
Incidência: É comum em todo o Brasil, especificamente em florestas ou campos.
Dentição: Áglifa
Nutrição: Alimenta-se de aves e outros pequenos mamíferos.
Dimensão: até 2 m

Cobra-coral, Coral-verdadeira

Nome Científico: Micrurus ibiboboca (MERREM, 1820)
Família: Elapidae
Morfologia Externa: Tanto o dorso com o ventre é composto por anéis regulares em preto, branco e vermelho, sendo dois brancos separando o preto, e dois pretos separando o vermelho.
Incidência: Caatinga, todo o semi-árido e Mata Atlântica .
Dentição: Proteróglifa
Nutrição: Serpentes e anfisbênios
Dimensão: até 1 m

Cipó-bicuda

Nome Científico: Oxybelis aeneus (WAGLER, 1824)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Dorso amarronzado, com os flanco até o ventre bancos-amarelados, a região gular é amarelada até às labiais. Corpo é delgado, apresentando o crânio afilado frontalmente.
Incidência: Todo o Brasil
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos, pequenas aves e rãs
                                                                      Dimensão: até 1,6 m

Falsa-coral

Nome Científico: Oxyrhopus trigeminus (Duméril, 1854)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Anéis incompletos e irregulares em vermelho, preto e cinza-claro. Ventre marfim.
Incidência: Nordeste do país
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos preferencialmente.
Dimensão: até 70 cm



Cipó-verde

Nome Científico: Philodryas aestivus (DUMÉRIL, 1854)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Possui o corpo predominantemente verde em médio tom, tendo o ventre um pouco mais claro. Possui ligeiros tons amarelados nos flancos. Escamas quilhadas no dorso.
Incidência: Caatinga, brejo paraibano e litoral.
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos e rãs.
Dimensão: até 1 m

Corre-campo

Nome Científico: Philodryas nattererri (STEINDACHNER, 1870)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Cor predominante em marrom, com flancos esbranquiçado. Escamas aleatórias manchadas em preto.
Incidência: Caatinga, cerrado e litoral.
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos preferencialmente.
                                                                       Dimensão: até 1,8 m

Cipó-verde, Cobra-verde

Nome Científico: Philodryas olfersii (LICHTENSTEIN, 1823)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Predominantemente verde-escuro, e ventre claro. Exemplares do sul possuem uma mancha cinzenta sobre o crânio, levemente rodeada de preto.
Incidência: Todos os biomas Brasileiros
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Aves, pequenos roedores e lagartos.
Dimensão: até 1,3 m

Papa-pinto, Cobra-espada

Nome Científico: Philodryas patagoniensis (SHELEGEL, 1837)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Possui o corpo predominantemente marron-esverdiado, tendo o ventre um pouco mais claro. Indivíduos jovens apresentam manchas alaranjados.
Incidência: Centro-oeste e Sul do País
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos, serpentes jovens, aves e mamíferos.

Cobra-de-cabeça, Papa-ovo

Nome Científico: Thamnodynastes sp (em descrição)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Corpo delgado, com ventre em amarelo quando adulta e flancos amarronzados. Dorso como desenhos de pequenos losangos irregulares manchados em preto, com um linha em tom marrom mais escuro destacada da cor de fundo do dorso. É vivípara até 9 filhotes, com padrão cinza e cinza-escuro.
Incidência: Caatinga
Dentição: Opistóglifa
                                                                       Nutrição: preferencialmente de batráquios, também lagartos.
                                                                       Dimensão: até 1,6 m

Boipeva

Nome Científico: Waglerophis merremii (WALGER, 1824)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Colorido variado entre cinza, alaranjado e marrom. Apresenta trapézios escurecidos em marrom, O ventre é claro e a faixa postocular é nítida.
Incidência: Todos os biomas exceto Norte do País
Dentição: Áglifa
Nutrição: Anurus e outros anfíbios.
Dimensão: até 1,35 cm

Cobra-preta, Boiúna

Nome Científico: Pseudoboa nigra (DUMÉRIL, 1854)
Família: Colubridae
Morfologia Externa: Jovens de cabeça preta e branca, com o corpo avermelhado. Adultos predominantemente pretos, alguns com manchas brancas por todo o corpo.
Incidência: Caatinga, brejo paraibano e litoral.
Dentição: Opistóglifa
Nutrição: Lagartos preferencialmente.
Dimensão: até 1,2 m

Cobras

As cobras são o grupo de serpentes mais comum da Terra. Antes de causar alguma confusão ao longo do artigo, cobra não é sinónimo de serpente. O termo "serpente" é muito mais abrangente que "cobra". As cobras pertencem todas à família Colubridae, enquanto que as outras serpentes pertencem a várias outras famílias: Acrochordidae (serpentes-verruga), Aniliidae (falsas-cobras-coral), Anomochilidae (serpentes-pipa-anãs), Atractaspididae (víboras-toupeira), Boidae (jibóias), Bolyeriidae (serpentes-das-Maurícias), Cylindrophiidae (serpentes-escavadoras), Elapidae (najas), Loxocemidae (pitões-mexicanas), Pythonidae (pitões), Tropidophiidae (jibóias-anãs), Uropeltidae (serpentes-pipa), Viperidae (víboras), Xenopeltidae (serpentes-sol), Anomalepididae (cobras-cegas-primitivas), Gerrhopilidae (cobras-cegas-asiáticas), Leptotyphlopidae (cobras-cegas-delgadas), Typhlopidae (cobras-cegas-de-cauda-longa) e Xenotyphlopidae (cobras-cegas-de-Madagáscar).


As cobras constituem cerca de 55% de todas as espécies de serpentes no planeta. As cobras devem ter surgido há cerca de 33 milhões de anos, descendentes de outras espécies de serpentes, mas estas provaram ser muito mais adaptáveis. Existem em todos os continentes, com a excepção da Antárctida.
Todas as espécies de serpentes portuguesas (com a excepção de duas espécies de víboras) são cobras, sendo que três, entre nove, são venenosas (apesar de não serem mortais).
As cobras são as únicas serpentes que podem possuir toxinas que não sejam veneno.




Nome: Cobra-dos-pântanos (Boiga dendrophila)
Tamanho: 2,4 metros de comprimento
Alimentação: Répteis, aves, mamíferos e peixes
Local: Sudeste Asiático
Tipo: Colubríneo (subfamília numerosa de cobras)

As cobras não costumam ser répteis venenosos ou, pelo menos, perigosamente venenosos. As espécies venenosas, pelo menos em Portugal, possuem um veneno muito fraco para matar humanos. No entanto, a cobra-dos-pântanos possui um veneno muito forte. Apesar de não haver mortes registadas, as mordidas podem causar suor intenso e dificuldade em respirar.


Nome: Boomslang (Dispholidus typus)
Tamanho: 1,83 metros de comprimento
Alimentação: Répteis, mamíferos e aves
Local: África subsaariana
Tipo: Colubríneo

A boomslang (traduzindo do inglês: "calão explosivo"), é uma das poucas cobras registadas capazes de matar seres humanos. O seu veneno é mortífero e é o equivalente à mamba-negra (serpente da família Elapidae) no grupo das cobras. O seu ataque é rápido e o veneno forte.



Nome: Cobra-pau (Thelotornis capensis)
Tamanho: 1,2 metros de comprimento
Alimentação: Lagartos, rãs e aves
Local: África
Tipo: Colubríneo

A cobra-pau é uma espécie de cobra que se camufla perfeitamente nos galhos e ramos de uma árvore ou arbusto. Faz-lo para obter alimento passando-se despercebida. Possui também um veneno poderoso, capaz de matar seres humanos.



Nome: Dorso-de-quilha-de-pescoço-vermelho (Rhabdophis subminiatus)
Tamanho: 90 centímetros de comprimento
Alimentação: Rãs e peixe
Local: Sudeste Asiático
Tipo: Natricíneo (dorsos-de-quilha, cobras-d'água, etc.)

O dorso-de-quilha-de-pescoço-vermelho é uma espécie de cobra mortífera, devido, obviamente, ao seu veneno. Não me perguntem como é que o indivíduo na imagem conseguiu pegar na cobra, porque eu não sei!


Nome: Yamakagashi (Rhabdophis tigrinus)
Tamanho: 1 metro de comprimento
Alimentação: Rãs e sapos
Local: Ásia Oriental (China, Rússia, Coreia, Taiwan, Vietname e Japão)
Tipo: Natricíneo

A yamakagashi, ou dorso-de-quilha-tigre, é um parente próximo da dorso-de-quilha-de-pescoço-vermelho. É venenosa, mas possui uma peculiaridade. Produz toxinas, numa região na base do pescoço, que são irritantes ao toque. A cobra obtém esta toxina não-venenosa (nota-se que o veneno é apenas um tipo específico de toxina) a partir dos sapos que consome. Esta toxina é produzida especialmente no inverno, onde as serpentes estão dormentes e lentas para organizar um ataque.
Um ataque provocado por uma cobra venenosa nem sempre é mortífero, por dois factores. A intensidade do veneno, pois nem todas as cobras possuem veneno mortal, e a posição dos dentes inoculadores que, em todas as cobras, coloca-se muito para trás na boca, o que implica provocar uma dentada bem grande e, por isso, é difícil e evitado mesmo pelas cobras mais perigosas. Isto não acontece com as víboras, pois elas possuem dentes inoculadores retracteis que se situam mesmo à frente da boca.


Nome: Cobra-chicote-do-Cáspio (Dolichophis caspius)
Tamanho: 2,5 metros de comprimento
Alimentação: Roedores, aves, lagartos e outras cobras
Local: Sudeste da Europa e Médio Oriente
Tipo: Colubríneo

A cobra-chicote-do-Cáspio é uma das maiores (senão a maior) cobra da Europa. Com 2,5 metros de comprimento não é venenosa, apesar de ser agressiva e de morder rapidamente e sem aviso. No entanto, a cobra-chicote-do-Cáspio é uma espécie muito importante para o controlo da população de roedores.
Muitas espécies de cobras e outras serpentes não devem ser mortas quando avistadas. A maior parte das serpentes e cobras não são venenosas, e as que são, raramente mordem ou possuem um veneno não fatal. Para além disso, fazem parte do ecossistema e só mordem se se sentirem ameaçadas. Eu sei que isto pode parecer só paleio, mas é algo que deve ser verdadeiramente considerado, pois é mais provável que uma cobra acabe morta por uma cachola ou picareta do que alguém morrer mordido por uma.



Nome: Cobra-negra-de-Günther (Bothrolycus ater)
Tamanho: 46 centímetros de comprimento
Alimentação: Répteis, anfíbios, etc.
Local: África Central
Tipo: Boodontíneo (cobras primitivas)

A cobra-negra-de-Günther é uma espécie de cobra extremamente rara de África. É pouco conhecida e acredita-se que seja uma espécie de cobra primitiva. Apesar de a morfologia da sua cabeça relembrar a de uma víbora, essa semelhança apenas deve-se a um mecanismo de defesa. A víbora, serpente venenosa, é evitada pelos predadores, permitindo que a cobra não seja atacada.



Nome: Cobra-d'água-castanha-comum (Lycodonomorphus rufus)
Tamanho: 85 centímetros de comprimento
Alimentação: Rãs e roedores
Local: África do Sul, Lesoto e Zimbabué
Tipo: Boodontíneo

A cobra-d'água-castanha-comum é uma espécie de cobra que habita em regiões aquáticas da África Austral. Não é venenosa e raramente morde. É comum em pântanos, rios, lagos e, por vezes, tanques e piscinas.


Nome: Cobra-de-capuz-ocidental (Macroprotodon brevis)
Tamanho: 44 centímetros de comprimento
Alimentação: Lagartos (principalmente)
Local: Portugal, Espanha, Marrocos, Argélia e Saara Ocidental
Tipo: Boodontíneo

A cobra-de-capuz-ocidental é uma espécie de cobra que existe em Portugal. É provavelmente venenosa, mas o seu veneno é extremamente fraco e não tem nenhum efeito no homem. A cobra é pequena e utiliza o seu veneno para matar pequenos répteis, como os lagartos e os licranços. Distingue-se de outras cobras europeias devido a uma mancha escura na nuca, que lhe dá o nome. A única espécie em Portugal que é extremamente difícil de distinguir é a aparentada e igualmente venenosa cobra-de-capuz.


Nome: Cobra-toupeira (Pseudaspis cana)
Tamanho: 2 metros de comprimento
Alimentação: Pequenos mamíferos, aves e rãs
Local: África Austral
Tipo: Boodontíneo

A cobra-toupeira é uma grande espécie de cobra não venenosa de África. É agressiva e possui uma coloração negra, castanha, cinzenta ou amarela. Ao contrário da maior parte das cobras, esta espécie não põem ovos, mas dá à luz crias vivas, como os mamíferos. Apesar de não ter hábitos subterrâneos, o seu nome deriva do hábito de caçar toupeiras-douradas.


Nome: Cobra-de-nariz-de-anzol (Scaphiophis raffreyi)
Tamanho: 1,74 metros de comprimento
Alimentação: Pequenos animais
Local: África Oriental
Tipo: Colubríneo

A cobra-de-nariz-de-anzol parece ser uma espécie de cobra que faz a transição entre os boodontíneos (cobras primitivas) e os colubríneos (cobras comuns e evoluídas). É uma cobra pacífica em comportamento e não é venenosa.


Nome: Cobra-leopardo (Zamenis situla)
Tamanho: 90 centímetros de comprimento
Alimentação: Roedores (principalmente)
Local: Sudeste da Europa e Médio Oriente
Tipo: Colubríneo

A cobra-leopardo é uma espécie de cobra manchada de anéis pretos preenchidos a vermelho ou castanho. Não é venenosa. Alimenta-se principalmente de roedores.
A cobra-leopardo faz parte de um grupo de cobras que utiliza os seus sentidos apurados principalmente para a caça de roedores. Durante a caça, as serpentes utilizam o seu apurado sentido de visão, olfacto, audição, tacto e paladar. A visão das cobras é avançada, de modo a detectar cada movimento importante e ínfimo. A maxila da cobra, encostada ao chão, consegue detectar as vibrações do animal que pretende caçar. O olfacto da cobra pode ser detectado pelas narinas que sentem o odor e a radiação térmica da presa. Mas é a língua que faz o maior trabalho. A língua bifurcada sente todas as partículas que a presa liberta, sendo um órgão olfactório muito mais eficaz (sim, as cobras cheiram a partir da língua)! Como uma antena, as duas pontas da língua direccionam exactamente a posição da presa sem precisar de a ver. Uma vez encontrada a presa, a cobra apenas precisa de atacar e prendê-la, de modo a que esta não escape.
As cobras e serpentes não-venenosas costumam morder e prender a presa, por vezes matando-a a partir da força do seu próprio corpo, de modo a que esta sufoque até à morte. Muitas serpentes venenosas, especialmente as víboras, mordem e deixam a presa fugir até esta morrer por efeito do veneno. A seguir, a serpente apenas tem de seguir o trilho térmico, odorífero e até mesmo ultravioleta, devido aos reflexos que este espectro luminoso produz na urina da presa, até encontrar a sua refeição. Muitas serpentes têm uma digestão lenta, dependendo do tamanho e metabolismo da espécie.


Nome: Cobra-escavadora-da-América-Média (Adelphicos quadrivirgatum)
Tamanho: 22 centímetros de comprimento
Alimentação: Pequenos animais
Local: América Central
Tipo: Dipsadíneo (outro grupo de cobras menos comum)

A cobra-escavadora-da-América-Média habita as regiões húmidas das florestas tropicais do México, Guatemala e Belize. É pequena, lenta, nocturna e não venenosa.




Nome: Cobra-verme-ocidental (Carphophis vermis)
Tamanho: 37 centímetros de comprimento
Alimentação: Vermes e larvas
Local: EUA Central
Tipo: Xenodontíneo (cobras-verme)

A cobra-verme-ocidental é outro tipo de cobra que prefere viver em regiões subterrâneas. Esta espécie não-venenosa consta-se entre as cobras mais pequenas (as serpentes mais pequenas são as cobras-cegas com 10 centímetros). Alimenta-se especialmente de pequenos invertebrados.


Nome: Cobra-de-cauda-afiada (Contia tenuis)
Tamanho: 30 centímetros de comprimento
Alimentação: Lesmas e insectos
Local: EUA Ocidental e Colúmbia Britânica
Tipo: Contia (cobras-de-cauda-afiada)

A cobra-de-cauda-afiada é uma cobra pequena e estreita, difícil de ver ao ar livre. Costuma esconder-se debaixo das rochas e da terra, sendo, vistas por um olhar pouco atento, confundidas com minhocas! O seu mecanismo de defesa consiste em enrolar o seu corpo numa bola, já que não possui uma mordida venenosa. O nome desta cobra deve-se a uma ponta afiada na cauda que se deve a uma extensão das vértebras finais, o qual só tem utilidade na imobilização das presas.


Nome: Cobra-de-pescoço-anelado (Diadophis punctatus)
Tamanho: 46 centímetros de comprimento
Alimentação: Invertebrados, anfíbios e lagartos
Local: América do Norte
Tipo: Dipsadíneo

A cobra-de-pescoço-anelado é uma espécie de cobra venenosa, apesar de o veneno não ter efeito no homem, que possui um mecanismo de defesa peculiar. Esta cobra possui um veneno fraco, incapaz de afectar mamíferos e aves, mas répteis e anfíbios. Os mamíferos e aves são os seus principais predadores e, para se defender, esta cobra desenvolveu um ventre amarelo-avermelhado para avisar os predadores de que é mortífera. É comum na natureza muitas espécies possuírem colorações vivas como estas como um aviso de que não são saudáveis para o consumo, o que significa que são tóxicas. Apesar de isso não se aplicar à cobra-de-pescoço-anelado, a adopção desta coloração faz com que os predadores se intimidem rapidamente com este réptil e, desse modo, não a comem.


Nome: Cobra-comedora-de-caracóis-de-Catesby (Dipsas catesbyi)
Tamanho: 82 centímetros de comprimento
Alimentação: Caracóis e lesmas
Local: América do Sul
Tipo: Dipsadíneo

A cobra-comedora-de-caracóis-de-Catesby é uma espécie de cobra sul-americana nocturna e não-venenosa especializada na caça de moluscos. O seu corpo é extremamente flexível, como uma fita viva, de modo a que se entranhe nos ramos e folhas densas da floresta tropical.
A sua dieta baseia-se em caracóis e lesmas, os quais são moles e lentos, sendo fácil para uma cobra se alimentar. As cobras não mastigam. No entanto, as suas mandíbulas possuem ossos soltos, ou seja, que se movimentam independentemente para poder puxar a presa para dentro da sua boca. As mandíbulas soltam-se e abrem-se bem mais do que as bocas humanas, sendo capazes assim de engolir um animal maior que a sua própria cabeça!


Nome: Cobra-da-noite (Hypsiglena torquata)
Tamanho: 66 centímetros de comprimento
Alimentação: Essencialmente lagartos e pequenas serpentes
Local: México
Tipo: Dipsadíneo

A cobra-da-noite é uma espécie de cobra venenosa com veneno muito fraco para afectar humanos. O veneno é útil para matar répteis. A sua defesa contra predadores consiste em expandir a sua cabeça de modo a que esta assemelhe-se à cabeça de uma víbora. Desse modo, os predadores evitarão o seu encontro.


Nome: Cobra-arborícola-de-cabeça-dura (Imantodes cenchoa)
Tamanho: 1,5 metros de comprimento
Alimentação: Pequenos répteis e anfíbios
Local: América Central e do Sul
Tipo: Imantodes (cobras-trepadeiras-de-cabeça-dura)

A cobra-arborícola-de-cabeça-dura é uma espécie venenosa, de veneno fraco, que habita nas florestas tropicais. É uma das cobras mais bizarras. Com 1,5 metros de comprimento, esta cobra é extremamente longa e fina mas possui uma cabeça grande. É essencialmente nocturna e possui um corpo muito flexível.


Nome: Serpente-olho-de-gato-anelada (Leptodeira annulata)
Tamanho: 75 centímetros de comprimento
Alimentação: Anfíbios e répteis
Local: América Central e do Sul
Tipo: Xenodontíneo

A serpente-olho-de-gato-anelada é uma espécie de cobra de veneno fraco, o qual produz apenas irritação e suor, mas nada que produza risco de vida no ser humano. É comum nas regiões florestais do Brasil e é raro ocorrerem mordidas provocadas por esta cobra.


Nome: Cobra-dos-pinhais (Rhadinaea flavilata)
Tamanho: 33 centímetros de comprimento
Alimentação: Rãs e lagartos
Local: Sudeste dos EUA
Tipo: Colubríneo

A cobra-dos-pinhais é uma espécie de veneno fraco, pouco conhecida. Distingue-se a partir da sua coloração unicolor castanha-avermelhada. É encontrada debaixo de troncos, casca e cepos.



Nome: Cobra-pescadora-da-montanha (Synophis insulomontanus)
Tamanho: 44,6 centímetros de comprimento
Alimentação: Pequenos animais
Local: Peru
Tipo: Dipsadíneo

A cobra-pescadora-da-montanha é uma espécie recentemente descoberta, no ano passado. Acredita-se que é na América do Sul e na América Central onde ainda se está por descobrir novas espécies de cobras, completamente desconhecidas pela ciência.


Nome: Cobra-corre-campo (Thamnodynastes pallidus)
Tamanho: 60 centímetros de comprimento
Alimentação: Pequenos animais
Local: América do Sul
Tipo: Dipsadíneo

A cobra-corre-campo é uma espécie de cobra comum no Brasil. Costuma expandir a parte da frente do seu corpo para parecer-se mais intimidadora e a sua cabeça torna-se semelhante à de uma víbora, de modo a provocar um aviso nítido para os predadores.




Nome: Cobra-dado (Natrix tesselata)
Tamanho: 1,3 metros de comprimento
Alimentação: Peixes e anfíbios
Local: Europa Central e Oriental e Ásia Ocidental
Tipo: Natricíneo

A cobra-dado é uma espécie de cobra-d'água não-venenosa. É grande e alimenta-se essencialmente de peixes e anfíbios, sendo capaz de derrubar espécimes bem grandes. A cobra-dado raramente morde e distingue-se de outras cobras-d'água europeias devido ao seu corpo gordo e cores pouco vivas.


Nome: Cobra-d'água-castanha-africana (Afronatrix anoscopus)
Tamanho: 79 centímetros de comprimento
Alimentação: Animais aquáticos
Local: África
Tipo: Natricíneo

A cobra-d'água-castanha-africana é uma espécie pouco conhecida de cobra. Habita em cursos de água e alimenta-se exclusivamente de peixes e anfíbios. Não é venenosa e é uma boa nadadora, sendo que não utiliza a mordida como defesa primária.




Nome: Dorso-de-quilha-de-listas-amarelas (Amphiesma stolatum)
Tamanho: 90 centímetros de comprimento
Alimentação: Invertebrados, peixes, anfíbios e osgas
Local: Sul da Ásia
Tipo: Natricíneo

A dorso-de-quilha-de-listas-amarelas é uma cobra não-venenosa muito comum na Ásia. É encontrada muito frequentemente em terra, mas não é raro o seu avistamento na água. Quando se encontra em ameaça, recorre à expansão do seu corpo, expondo uma região colorida entre as escamas, que serve como um aviso de morte, quando na verdade é apenas "bluff".


Nome: Cobra-de-dorso-de-quilha-dourada (Atretium schistosum)
Tamanho: 87 centímetros de comprimento
Alimentação: Caranguejos, peixes e anfíbios
Local: Índia, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal
Tipo: Atretium (cobras-de-dorso-de-quilha-douradas)

A cobra-de-dorso-de-quilha-dourada vive no subcontinente indiano. Não é venenosa e é normalmente vista durante o dia. É seguro pegar na cobra, devido à raridade que este réptil tem em morder. Durante o Verão, entra num estado de adormecimento, para poder suportar a estação seca.


Nome: Cobra-de-Kirtland (Clonophis kirtlandii)
Tamanho: 46 centímetros de comprimento
Alimentação: Invertebrados, peixes e anfíbios
Local: EUA Central
Tipo: Natricíneo

A cobra-de-kirtland é uma espécie de cobra-d'água não-venenosa. A sua estratégia de defesa consiste na compressão do seu corpo até este ficar fino e rígido. O seu ventre é vermelho-vivo, de modo a afugentar predadores. Esta espécie está quase em vias de extinção. Esta cobra experimenta um método bizarro de reprodução: a ovoviviparidade. É um misto de viviparidade, o qual consiste em dar à luz crias vivas (ex.: mamíferos, exceptuando o ornitorrinco e o equidna, alguns lagartos e serpentes, algumas salamandras e peixes, etc.), e de oviparidade, o qual consiste em pôr ovos e esses ovos vão, por sua vez, dar origem a novos indivíduos (ex.: ornitorrincos, equidnas, muitas espécies de répteis, aves, muitos anfíbios, muitos peixes e muitas espécies de invertebrados). Os animais ovovivíparos produzem ovos no interior dos seus corpos, mas estes não recebem nutrientes do progenitor, tal como os bebés vivíparos. Quando os ovos eclodem, as crias apenas são dadas à luz. Exemplos incluem alguns lagartos e serpentes, alguns anfíbios, alguns peixes e alguns invertebrados.


Nome: Dorso-de-quilha-verde (Macrophistodon plumbicolor)
Tamanho: 61 centímetros de comprimento
Alimentação: Pequenos animais
Local: Índia, Paquistão, Sri Lanka, Bangladesh e Myanmar
Tipo: Macrophistodon (víboras-falsas)

A dorso-de-quilha-verde é uma cobra não-venenosa, criando muita atenção a quem a vê, devido à cor verde-clara. No entanto, o seu habitat florestal torna-a muito difícil de ver. Os juvenis distinguem-se por possuírem uma marca de V em preto na nuca, logo à frente de outro V em amarelo.


Nome: Cobra-d'água-de-colar (Natrix natrix)
Tamanho: 1,9 metros de comprimento
Alimentação: Anfíbios, peixes e invertebrados
Local: Europa, Ásia do Norte e África do Norte
Tipo: Natricíneo

A cobra-d'água-de-colar é uma grande cobra europeia que pode ser encontrada em abundância em Portugal. Distingue-se de outras cobras-d'água devido a um colar branco ou amarelo que separa a cabeça do resto do corpo. O corpo é cinzento com manchas pretas e o ventre é branco ou amarelo. Não é venenosa e raramente morde quando é apanhada. As suas técnicas de defesa são a construção de um fluído malcheiroso, proveniente das glândulas anais, e a de fingir-se de morta, podendo observar-se irrigações de sangue da sua boca e nariz que são totalmente normais. As cobras-d'água são as espécies de cobras mais pacíficas e podem facilmente ser apanhadas à mão sem o risco de ser mordido.


Nome: Cobra-d'água-diamante (Nerodia rhombifer)
Tamanho: 1,7 metros de comprimento
Alimentação: Invertebrados, peixes e anfíbios
Local: EUA e México
Tipo: Natricíneo

A cobra-d'água-diamante é uma espécie de cobra-d'água grande e gorda. Não é venenosa, mas assemelha-se a uma cascavel, serpente altamente venenosa. Desse modo, muitas espécies de predadores podem evitar o seu encontro.
Os parentes da cobra-d'água-diamante têm técnicas de caça excepcionais. A cobra-dos-pântanos-salgados utiliza a língua para formar uma pequena agitação na água que atrai os peixes.


Nome: Cobra-rainha (Regina septemvittata)
Tamanho: 61 centímetros de comprimento
Alimentação: Anfíbios, peixes e invertebrados
Local: EUA Oriental
Tipo: Natricíneo

A cobra-rainha é uma espécie de cobra-d'água não-venenosa, identificável por uma risca amarela a atravessar cada flanco. Sendo muito inofensiva, esta cobra é uma presa fácil para guaxinins, lontras, visons, gaviões e garças. É bem possível que fosse um petisco preferível para os ameríndios. Qualquer cobra ou serpente é comestível, desde que a cabeça e as tripas sejam removidas, pois é aí onde se encontra o veneno.


Nome: Cobra-dos-pântanos (Seminatrix pygaea)
Tamanho: 55 centímetros de comprimento
Alimentação: Invertebrados, peixes e anfíbios
Local: EUA Oriental
Tipo: Natricíneo

A cobra-dos-pântanos é uma espécie de cobra-d'água não-venenosa caracterizada pelo seu dorso negro (em vez de castanho às pintas, como a cobra-de-Kirtland) e o seu ventre vermelho-vivo, útil para afugentar predadores potenciais, que caçam outras cobras-d'água.



Nome: Cobra-d'água-oriental (Sinonatrix percarinata)
Tamanho: 1,1 metros de comprimento
Alimentação: Camarões, peixes e rãs
Local: China, Índia, Vietname, Laos, Tailândia, Myanmar
Tipo: Sinonatrix (cobras-d'água-orientais)

A cobra-d'água-oriental é uma espécie de cobra-d'água não-venenosa. Ao contrário de muitas outras cobras-d'água, é agressiva e é quase garantido que tente morder quando apanhada.



Nome: Cobra-castanha (Storeria dekayi)
Tamanho: 49 centímetros de comprimento
Alimentação: Invertebrados terrestres
Local: América do Norte e Central
Tipo: Natricíneo

A cobra-castanha é uma espécie de cobra não-venenosa, comum nas regiões terrestres da América do Norte. Alimenta-se principalmente de lesmas, caracóis e outros invertebrados moles. As fêmeas dão à luz crias vivas, eclodidas de ovos, o que se chama de ovoviviparidade.



Nome: Cobra-garter-terrestre-ocidental (Thamnophis elegans)
Tamanho: 1 metro de comprimento
Alimentação: Invertebrados, peixes, anfíbios e pequenos mamíferos
Local: América do Norte
Tipo: Natricíneo

A cobra-garter-terrestre-ocidental é uma cobra de veneno fraco que habita as regiões da América do Norte. Pertence ao grupo das cobras-garter, que são espécies puramente norte-americanas. Existem mais de 25 espécies de cobras-garter, todas elas venenosas, mas incapazes de matar o ser humano (de facto, o veneno não tem qualquer utilidade para a cobra). Têm uma boa capacidade para lidar com o frio, hibernando em latitudes de temperatura muito baixa e algumas espécies são mesmo migradoras. Algumas cobras-garter juntam-se em números para o acasalamento, sendo que as fêmeas podem acabar enroladas por montes de machos à sua volta. Alguns machos, durante os inícios da primavera, podem adoptar a aparência de uma fêmea de modo a que vários outros machos se juntem a ele, com o intuito de se aquecer!


Nome: Cobra-de-linha (Tropidoclonion lineatum)
Tamanho: 53 centímetros de comprimento
Alimentação: Minhocas
Local: EUA Central
Tipo: Natricíneo

A cobra-de-linha não é venenosa. Ao contrário dos seus parentes próximos, habita regiões longe de cursos de água e prefere invertebrados terrestres para incluir na sua dieta.




Nome: Cobra-d'água-doce (Tropidonophis mairii)
Tamanho: 1 metro de comprimento
Alimentação: Anfíbios e lagartos
Local: Norte da Austrália
Tipo: Natricíneo

A cobra-d'água-doce é uma espécie de cobra-d'água nativa da Austrália. É semelhante à taipan, a serpente mais venenosa do mundo, evitando assim os predadores mais cautelosos. Tem uma leve capacidade de imunidade a toxinas, sendo capaz de comer sapos-da-cana-do-açúcar, os quais são tóxicos, a partir de uma certa idade.


Nome: Cobra-da-terra-rija (Virginia striatula)
Tamanho: 25 centímetros de comprimento
Alimentação: Invertebrados
Local: EUA Oriental
Tipo: Natricíneo

A cobra-da-terra-rija é uma pequena espécie de cobra não-venenosa especializada na captura de pequenos invertebrados terrestres. Esta minhoca, por exemplo, é um petisco preferível. É vivípara, como os mamíferos, dando à luz crias vivas, ao contrário de muitas outras cobras, que são ovíparas, pois põem ovos.


Nome: Cobra-d'água-asiática (Xenochrophis piscator)
Tamanho: 1,7 metros de comprimento
Alimentação: Peixes e rãs
Local: Ásia Central e do Sul
Tipo: Xenochrophis (dorsos-de-quilha-pintados)

A cobra-d'água-asiática é uma grande cobra-d'água não-venenosa, quase ameaçada de extinção. É das maiores cobras-d'água do planeta, mas infelizmente é caçada ilegalmente pela sua pele valiosa.



Nome: Cobra-comedora-de-caracóis-de-Iwasaki (Pareas iwasakii)
Tamanho: 22 centímetros de comprimento
Alimentação: Caracóis
Local: Japão
Tipo: Pareatíneo (cobras-comedoras-de-caracóis)

A cobra-comedora-de-caracóis-de-Iwasaki é uma cobra invulgar. É uma espécie adaptada para a caça de caracóis que, apesar de muito lentos, ainda recebem ataques furiosamente rápidos de uma cobra que não precisa de o fazer. É tão adaptada que as suas mandíbulas são assimétricas de modo a caçar caracóis com carapaças de enrolamento destro no sentido do ponteiro dos relógios. Alguns cientistas descobriram que começam a haver mais caracóis nas Ilhas Ryukyu (habitat natural da cobra) a desenvolver carapaças de enrolamento destro no sentido contrário ao ponteiro dos relógios.


Nome: Cobra-rateira (Malpolon monspessulanus)
Tamanho: 2 metros de comprimento
Alimentação: Lagartos (principalmente)
Local: Sul da Europa, Ásia Ocidental e Norte de África
Tipo: Psamofíneo (grupo menos comum de cobras)

A cobra-rateira é uma das maiores cobras da Europa, definitivamente a maior de Portugal. É venenosa, mas o veneno raramente é injectado e quando o é apenas causa dor, inchaço, irritação e dificuldades respiratórias, mas nunca causa a morte da vítima. Apesar do seu nome, não é uma caçadora activa de roedores, preferindo caçar répteis. A cobra-rateira é uma grande cobra, distinguível pelo seu tamanho e cor, que varia desde o cinzento-escuro até ao verde. É agressiva, por isso é difícil não ser mordido quando se tenta pegar numa. É mais provável sofrer envenenamento em espécimes maiores. É das serpentes mais fáceis de identificar no território português.


Nome: Cobra-corredora-da-areia-longa (Psammophis longifrons)
Tamanho: 1,4 metros de comprimento
Alimentação: Lagartos e rãs
Local: Índia
Tipo: Psammophis (cobras-corredoras-da-areia)

A cobra-corredora-da-areia-longa é semelhante à cobra-rateira, tanto em aparência como em comportamento. Alimenta-se principalmente de animais de sangue frio e é venenosa, mesmo que o seu veneno seja fraco e inofensivo para os humanos. Vive em ambientes terrestres ou arbóreos.
As cobras são das espécies mais adaptáveis de serpentes, encontrando-se em qualquer habitat, desde os cursos de água até ao topo das árvores. Muitas espécies são encontradas nos dois ambientes. A cobra-voadora é uma espécie extremamente bizarra, conhecida por achatar as suas costelas e abdómen para poder planar de árvore a árvore, como um esquilo-voador!


Nome: Cobra-skaapsteker-rômbica (Psammophylax rhombeatus)
Tamanho: 1,4 metros de comprimento
Alimentação: Rãs, lagartos e mamíferos
Local: África Austral
Tipo: Psammophylax (cobras-skaapsteker)

A cobra-skaapsteker-rômbica é um parente menos agressivo da cobra-rateira que habita nas regiões áridas da África Austral. Possui um veneno fraco e tem pouca tendência a morder, mesmo se provocada.



Nome: Cobra-de-bico-ruiva (Rhamphiophis oxyrhynchus)
Tamanho: 1,1 metros de comprimento
Alimentação: Anfíbios, lagartos, serpentes e mamíferos
Local: África Austral e Oriental
Tipo: Rhamphiophis (cobras-de-bico)

A cobra-de-bico-ruiva é uma espécie de cobra venenosa, distinguível pelo seu focinho em forma de bico e uma listra negra à frente do olho. É parente da cobra-rateira e possui um veneno especializado para afectar pequenos mamíferos, mas não tem efeito nocivo para os seres humanos.


Nome: Cobra-nariz-de-porco-oriental (Heterodon platirhinos)
Tamanho: 1,1 metros de comprimento
Alimentação: Anfíbios
Local: Canadá e EUA
Tipo: Xenodontíneo

A cobra-nariz-de-porco-oriental é uma das cobras mais bizarras do planeta. O seu alimento é composto por rãs, sapos e salamandras. A injecção do veneno mata rãs e salamandras mas, por vezes, os sapos morrem devido ao inchaço recebido pela mordida, deixando a entrada de ar para o organismo do animal até que este literalmente exploda! A cobra produz um veneno incapaz de matar humanos, mas para indivíduos alérgicos pode-se observar suor ligeiro.
Mas o que torna esta serpente bizarra é a sua estratégia de defesa. Ela espalma o seu crânio e parte da frente do corpo, de modo a parecer-se bem maior, como uma víbora. Apesar de não haverem víboras semelhantes a esta cobra na América do Norte, é claramente um aviso intimidador para qualquer animal.


Nome: Cobra-rinoceronte (Rhynchophis boulengeri)
Tamanho: 1,6 metros de comprimento
Alimentação: Roedores, aves, répteis, etc.
Local: China e Vietname
Tipo: Colubríneo

A cobra-rinoceronte é uma espécie de cobra inconfundível devido à sua coloração verde e ao seu nariz arrebitado, que lembra um chifre. Não é venenosa e é, aparentemente, pacífica. Para além do seu chifre, nada mais tem de especial.



Nome: Cobra-voadora-dourada (Chrysopelea ornata)
Tamanho: 1,3 metros de comprimento
Alimentação: Rãs, lagartos, roedores e morcegos
Local: Sudeste Asiático
Tipo: Colubríneo

A cobra-voadora-dourada é uma espécie de cobra adaptada para a vida aérea. Não voa na realidade, mas tem a capacidade de planar! Ao espalmar as costelas por todo o seu corpo, consegue criar uma maior área para poder utilizar a resistência do ar e movimentar-se. A cobra nada mais faz do que cair, mas ao espalmar as costelas, consegue cair mais lentamente, como um pára-quedas. À medida que cai, também faz movimentos ondulatórios em pleno ar, de forma a encobrir distância, como se estivesse a caminhar no ar! Sabe-se de alguns espécimes que encobriram distâncias de até 100 metros! A cobra-voadora é venenosa, mas o veneno não é perigoso para os seres humanos.


Nome: Cobra-tentáculo (Erpeton tentaculatum)
Tamanho: 90 centímetros de comprimento
Alimentação: Peixe
Local: Sudeste Asiático
Tipo: Homalopsíneo (cobras-da-lama)

A cobra-tentáculo é uma cobra da subfamília Homalopsinae. Ainda é discutida a hipótese de a subfamília Homalopsinae ser de facto uma família distinta de serpentes: Homalopsidae. Se tal for provado, a cobra-tentáculo deixará de ser considerada uma cobra.
A cobra-tentáculo é invulgar devido à existência de duas protuberâncias no focinho que são utilizadas para a detecção do movimento das suas presas: os peixes. Em águas lamacentas, a orientação visual é difícil, por isso estes tentáculos são úteis. A cobra-tentáculo é venenosa, mas o seu veneno é incapaz de matar seres humanos.


Cobras portuguesas


Em Portugal, existem 11 espécies de serpentes. Nove delas são cobras e as outras duas são víboras. Todas as víboras portuguesas são venenosas, mas nenhuma é conhecida por provocar mortes (mas não significa que não são capazes de o fazer). Três cobras portuguesas são venenosas e apenas uma é conhecida por injectar veneno nos seres humanos. Nenhuma cobra portuguesa é capaz de matar seres humanos.
Este curto guia permitirá identificar as cobras e víboras de Portugal. Muitas serpentes são mortas à cachola e à forquilha sem necessidade. Muitas serpentes só atacarão caso estiver bastante próximo e normalmente só as víboras atacam sem piedade. Para além de que muitas serpentes não são venenosas, as que são são inofensivas para o homem. Independentemente do tipo de serpente, nunca a mate, pois é um desrespeito para o animal e para o ambiente, pois é essencial para a estabilidade do ecossistema.


Cobras



Nome: Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis)
Tamanho: 1,5 metros de comprimento
Alimentação: Répteis, mamíferos e aves
Local: Península Ibérica, Sardenha, Magrebe
Tipo: Colubríneo

A cobra-de-ferradura não é venenosa e distingue-se pelo seu dorso manchado com losangos escuros e uma série de X claros. Na parte de cima da sua cabeça e nuca encontra-se uma forma clara semelhante a uma ferradura, dando-lhe o nome. Vive em regiões áridas e possui uma pupila circular, típica das cobras portuguesas, que distingue-as das víboras, que têm uma pupila vertical. Não é uma espécie ameaçada.


Nome: Cobra-lisa (Coronella austriaca)
Tamanho: 92 centímetros de comprimento
Alimentação: Répteis
Local: Europa e Ásia Ocidental
Tipo: Colubríneo

A cobra-lisa não é venenosa. É rara em Portugal, sendo uma cobra típica de climas frios e montanhosos. Possui leves padrões mais escuros no seu corpo cinzento ou castanho. Distingue-se da sua parente, a cobra-bordalesa, devido a uma listra que começa no focinho, passa pelo olho e acaba na base das mandíbulas. É ovovivípara. A sensação de toque quando se segura nesta serpente é a de escamas lisas, o que distingue as cobras das víboras, com escamas rugosas, e também é o que dá nome a esta espécie. É pequena e o seu estatuto de conservação ainda está por ser determinado pela IUCN.


Nome: Cobra-bordalesa (Coronella girondica)
Tamanho: 62 centímetros de comprimento
Alimentação: Répteis
Local: Sudoeste Europeu e Magrebe
Tipo: Colubríneo

A cobra-bordalesa não é venenosa. É mais pequena e mais castanha que a cobra-lisa e vive em ambientes mais amenos. Os padrões escuros são mais visíveis e a listra escura começa no olho e acaba na base das mandíbulas. Esta cobra não é uma espécie ameaçada.



Nome: Cobra-de-escada (Rhinechis scalaris)
Tamanho: 1,6 metros de comprimento
Alimentação: Mamíferos (principalmente)
Local: Península Ibérica, Sul de França, Mónaco, Ilha Minorca e uma pequena região de Itália
Tipo: incertae sedis (grupo taxonómico desconhecido)

A cobra-de-escada não é venenosa. É uma cobra gorda e comprida, muito identificável. Os adultos possuem uma coloração castanha com duas riscas a correr no mesmo sentido do corpo. Alimenta-se principalmente de roedores. É grande e lenta, sendo fácil de pegar, se não fosse pelas suas mordidas, compostas por dentes afiados. Grandes presas, como crias de coelho, são subjugadas a partir da constrição. As fêmeas permanecem com os ovos até estes eclodirem mas, ao contrário de muitas outras serpentes, algumas fêmeas não abandonam os filhotes nas primeiras semanas.
Os filhotes são amarelos e possuem no dorso duas linhas escuras no mesmo sentido do corpo com riscas semelhantes a teclas de piano, com o seguinte padrão: negro, amarelo, negro, amarelo, negro, amarelo, etc. Esse padrão faz lembrar uma escada de mão a percorrer todo o comprimento do juvenil, dando o nome a essa espécie.
A cobra-de-escada não é uma espécie ameaçada. Não se sabe a que grupo pertence, mas é bem provável que seja um colubríneo.


Nome: Cobra-de-capuz (Macroprotodon cucullatus)
Tamanho: 55 centímetros de comprimento
Alimentação: Lagartos (principalmente)
Local: Sudoeste Europeu, Norte de África e Médio Oriente
Tipo: Boodontíneo

A cobra-de-capuz é venenosa, mas o seu veneno é incapaz de ser injectado no ser humano e muito menos matar um. O veneno desta cobra tem apenas efeito nas suas presas, que são lagartos. Distingue-se das cobras-lisas devido a uma mancha negra na nuca, semelhante a um capuz, que lhe dá o nome. Distingue-se da cobra-de-capuz-ocidental devido a possuir uma listra ocular bem mais pequena.
A cobra-de-capuz não é uma espécie ameaçada.


A cobra-de-capuz-ocidental (Macroprotodon brevis), mencionada acima, possui uma listra ocular que se estende para a base da mandíbula. É a serpente mais pequena de Portugal. É venenosa, mas o seu veneno não afecta os seres humanos.
É uma espécie quase ameaçada de extinção.


A cobra-rateira (Malpolon monspessulanus), mencionada acima, é a maior serpente de Portugal. É venenosa, mas o veneno raramente é injectado numa mordida e, quando o é, a morte nunca ocorre. Ao contrário do nome, não é uma caçadora activa de roedores, sendo também chamada de cobra-bastarda. É agressiva. Distingue-se pela sua cor cinzenta ou verde monótona. Possui dois pequenos altos no crânio. Os juvenis são castanho-claros e pintados, distinguindo-se das outras cobras pela espessura do corpo, que é reduzida.
Não é uma espécie ameaçada.


Nome: Cobra-d'água-viperina (Natrix maura)
Tamanho: 85 centímetros de comprimento
Alimentação: Peixe e anfíbios
Local: Europa Ocidental e Norte de África
Tipo: Natricíneo

A cobra-d'água-viperina é uma das duas espécies de cobras-d'água existentes em Portugal. Não é venenosa. Em relação ao seu parente, a cobra-d'água-de-colar, o tamanho é radicalmente menor. É gorda, possui uma cabeça semelhante à da víbora, dando-lhe o nome. A distinção entre esta cobra e a víbora é a pupila circular.
Esta cobra nunca morde e defende-se a partir de silvos e ataques falsos, os quais nunca consistem numa boca aberta. Quando na água, a cobra-d'água-viperina assemelha-se à cobra-d'água-de-colar. Para as distinguir, basta olhar para os padrões do dorso, que são muito menos espaçados que os da cobra-d'água-de-colar. É pacífica e é seguro nadar com cobras-d'água, para além de que é muito divertido também (eu já experimentei). A coloração varia desde o cinzento, passando pelo castanho, verde e amarelo, até ao laranja.
Provavelmente não está ameaçada de extinção.


A cobra-d'água-de-colar (Natrix natrix), mencionada acima, é uma cobra não-venenosa. Raramente morde quando incomodada. A sua técnica de defesa é a produção de um líquido anal malcheiroso, o fingimento da sua morte e a libertação de sangue pelo nariz e boca. É bem maior que a cobra-d'água-viperina. Possui uma cabeça mais semelhante à de uma cobra normal. Tem manchas nos flancos do pescoço que são claras e estão rodeadas por um colar preto, daí o seu nome. Possui manchas escuras espaçadas pelo seu corpo. É cinzenta, castanha ou verde-acinzentada. É fácil de se pegar e é completamente inofensiva.
Não está ameaçada de extinção.


Víboras



Nome: Víbora-cornuda (Vipera latastei)
Tamanho: 72 centímetros de comprimento
Alimentação: Répteis e mamíferos
Local: Península Ibérica e Magrebe
Tipo: Não é uma cobra

A víbora-cornuda é a víbora mais comum e mais conhecida de Portugal. Distingue-se da outra víbora, a víbora-de-seoane, devido ao seu padrão de losangos negros no dorso. Tem um pequeno corno na ponta do focinho e a ponta da cauda é amarela, provavelmente para atrair presas. O veneno da serpente não é capaz de matar seres humanos, mas é poderoso e cria efeitos visíveis no organismo, podendo entrar no limite do perigo em indivíduos jovens, idosos, doentes ou alérgicos. É a única serpente portuguesa ameaçada de extinção.
As víboras distinguem-se das cobras pelo seu corpo gordo e curto, cabeça larga em forma de V, dentes inoculadores retracteis e pupilas verticais.


Nome: Víbora-de-seoane (Vipera seoanei)
Tamanho: 75 centímetros de comprimento
Alimentação: Répteis e mamíferos
Local: Norte da Península Ibérica e uma pequena região de França
Tipo: Não é uma cobra

A víbora-de-seoane foi, outrora, considerada, uma subespécie da víbora-negra, mas é hoje classificada como uma espécie distinta. A víbora-negra possui um veneno forte, mas raramente fatal. Nunca houve fatalidades registadas provocadas por víboras-de-seoane, mas é possível que os jovens, idosos, doentes ou alérgicos estejam sujeitos à morte!
A víbora-de-seoane só existe no Norte de Portugal. Os machos são negros e as fêmeas são castanho-claras, com um padrão escuro de ziguezague no dorso. Não possui chifre.
Não é uma espécie ameaçada.



                                                           BESOUROS DO BRASIL


O Brasil possui 33 mil espécies de besouros. Em torno de 4 mil espécies são endêmicas e distribuídas em 114 famílias. Os besouros são caracterizados por apresentarem asas anteriores espessas, denominadas de élitros, com exoesqueleto fortemente esclerotizado. 


Buprestidae – conhecidos popularmente como Besouro-cai-cai e Besouro-manhoso pelo fato de se jogarem no solo e fingirem de morto quando ameaçados.


Chrysomelidae – esta família possui cerca de 2500 gêneros e mais de 35000 espécies. Algumas espécies apresentam grande importância agrícola.


Passalidae – possui cerca de 500 espécies, sendo que aproximadamente 300 são da região neotropical. Adultos e larvas formam colônias que vivem em troncos em decomposição.

Coccinellidae – família das joaninhas. Variadas cores e formatos. Insetos predadores, importantes no controle biológico. A crença popular diz que elas trazem felicidade, sorte e serenidade.

Scarabaeidae – família dos escaravelhos ou rola-bostas. Os escaravelhos eram sagrados no Egito Antigo, sendo usados como amuletos relacionados com a vida após a morte e a reencarnação. Eram muito usados nas mumificações para proteger o morto no caminho para o além.

Elateridae – Apresentam um mecanismo de produção de som, capaz de emitir um sonoro clique ao mesmo tempo que produz um rápido e violento salto. Este clique pode lançar o inseto no ar, sendo usado como estratégia de defesa.

Lampyridae – família dos vaga-lumes ou pirilampos, notórios pela emissão de luz fosforescente. A emissão de luz é bastante conhecida nos indivíduos adultos, mas você sabia que muitas larvas de Lampyridae também emitem luz? Confira neste vídeo uma larva de vaga-lume e descubra seu hábito alimentar.


Staphylinidae – apresentam élitro curto, porém asas membranosas bem desenvolvidas, o que faz deles bons voadores. Muitas espécies secretam substâncias tóxicas e irritantes utilizadas na defesa.


Bostrichidae – são comumente chamados de besouros de trado ou besouros de pólvora com chifres. A cabeça da maioria destes besouros não pode ser vista de cima, pois é dirigida para baixo e escondida pelo tórax, como se fosse um capuz.


Carabidae – em sua maioria são predadores. Alguns são extremamente ligeiros na captura de suas presas, como por exemplo os besouros-tigres, que podem chegar a uma velocidade de 9 km/h – em relação ao comprimento do corpo, eles estão entre os animais terrestres mais rápidos da Terra.


Silphidae – tanto as larvas como os adultos vivem maioritariamente em cadáveres de animais, ainda que haja espécies associadas a vegetais em decomposição e excrementos, e outras são predadoras. A fêmea enterra pequenos cadáveres e moldam com eles uma bola de alimento para as suas futuras larvas.

Curculionidae – família dos bicudos, que têm como principal característica o rostro comprido. Possui várias espécies de importância agrícola.


Cerambycidae – comumente chamados de serra-pau, esta família possui mais de 25.000 espécies descritas. Muitos deles possuem como característica notável as longas antenas.

BESOUROS DA FAMÍLIA SCARABAEIDA

Dynastes sp.; 128 a 130 mm
Megasoma sp.; 103 mm
Dynastes sp., o besouro-rinoceronte, e Megasoma sp., ambas espécies em risco de extinção, são insetos de grandes dimensões, alcançando até 180 mm e 200 mm de comprimento, respectivamente. São notáveis pelo desenvolvimento das projeções cefálicas e torácicas. Suas larvas se alimentam de madeira em decomposição.

DIFERENTES EXEMPLARES DE GAFANHOTOS


Ordem Orthoptera
Tropidacris collaris; 70 mm
Adimantus ornatissimus; 44 mm
Monachidium lunus; 58 mm
Tropidacris collaris habita a maior parte de América do Sul, ao leste dos Andes, é polífago, mas prefere a folhagem dura de árvores e arbustos. Adimantus ornatissimus ocorre em brejos e alagados e se alimenta de gramíneas de pequeno porte, voa em grande velocidade, o que dificulta sua captura. Monachidium lunus, que apresenta uma crista pronotal peculiar, tem hábitos arborícolas e ocorre no norte da Amazônia, principalmente no Amapá.

DIFERENTES EXEMPLARES DE LIBÉLULAS


Ordem Odonata
Macrothemis tesselata; Corpo com 30 mm de comprimento e 60 mm de envergadura
Polythore saundersi; Corpo com 44 mm de comprimento e 70 mm de envergadura
Macrothemis declivata; Corpo com 42 mm de comprimento e 75 mm de envergadura

DIVERSIDADE DE BARATAS

Ordem Blattodea
Panchlora prosina; 32 mm
Hormetica laevigata; 52 mm
Lucihormetica subcincta
Poeciloderrhis verticalis
Monastria biguttata
As baratas são os insetos viventes mais antigos sobre a Terra. Embora as baratas domésticas causem sensações desagradáveis nas pessoas, a fauna silvestre é rica em exemplares belos e coloridos. Nesta fotografia estão representadas algumas espécies brasileiras: Panchlora prosina, barata verde, Hormetica laevigata, barata braquíptera (com asas curtas), Lucihormetica subcincta, espécie braquíptera e com duas manchas luminescentes no pronoto, Poeciloderrhis verticalis, uma barata de bromélia, e Monastria biguttata, que também pode ser encontrada próximo a residências.

DIVERSIDADE DE MOSCAS


Ordem Diptera
Fidena fusca Tabanidae; 25 mm
Brachydemia sp. Bombyliidae; 15 mm
Macromyia pyrrhaspis Tachinidae; 15 mm
Ornidia obesa Syrphidae; 11 mm
Cyphomyia auriflama Stratiomyidae; 13 mm
Asilidae Não identificado; 37 mm
Hyperalonia morio morio Bombyliidae; 17 mm
Raphyorrhynchus sp. Pantophtalmidae; 29 mm
Hexachaeta aegiphilae Tephritidae; 7 mm
Esta ordem de insetos reúne as moscas e mosquitos, com grande variedade de formas e hábitos, muitos de importância médico-veterinária e agrícola. Seu nome é alusivo à presença de apenas um par de asas. Aqui se retrata uma pequena parte dessa diversidade. Ao lado de Hexachaeta aegiphilae estão os frutos por ele danificados.

DIVERSIDADE DE PERCEVEJOS

Ordem Hemiptera
Restenia scutata; 16,9 mm
Triatoma vitticeps; 33 mm
Menenotus lunatus; 30 mm
Diactor bilineatus; 26 mm
Coreidae não identificado; 36 mm
Acanthocephala latipes; 34 mm
Edessa vitilus; 22 mm
Os percevejos, que apresentam grande diversidade de formas e cores, são muito importantes para a agricultura e para a saúde humana, podendo ser hematófagos ou fitófagos. Aqui estão representadas algumas espécies de nossa fauna: Restenia scutata (a maior espécie da Família Miridae), Triatoma vitticeps (Reduvidae), Menenotus lunatusDiactor bilineatus, uma espécie não identificada da Amazônia, Acanthocephala latipes (quatro representantes da Família Coreidae) e Edessa vitilus (Pentatomidae)

IAIÁ-DE-CINTURA


Hypocephalus armatus

Dimensões:

60mm

Descrição:

Ordem Coleoptera
Família Cerambycidae
Também conhecido como carocha, esse besouro é endêmico do norte de Minas Gerais e sul da Bahia, onde é utilizado como enfeite de árvore de Natal. Ele vive enterrado e só sai uma vez por ano para reproduzir-se. Espécie vulnerável.

SERRA-PAU

Dimensões:

108mm

Descrição:

Família Cerambycidae;
Espécie de grande porte, pode atingir até 170 mm. O macho exibe potentes mandíbulas e sua larva se alimenta do caule de palmeiras. Espécie em risco de extinção (vulnerável).

VARIAÇÃO CROMÁTICA EM BESOUROS DA FAMÍLIA CURCULIONIDAE
Ordem Coleoptera
Entimus sp., 29 a 32 mm
Lamprocyphus sp., 22 a 28 mm
Besouros curculionídeos, fitófagos, com belas cores metálicas. Os três primeiros exemplares são Entimus sp. e os outros seis são Lamprocyphus sp., ressaltando a variação de cor que pode ser observada na mesma espécie.

OS GRANDES INSETOS DO BRASIL


BICHO-PAU; Phasmatodea; 185 mm
MOSCA; Gauromydas heros; Diptera, Mydidae; 45 mm
GAFANHOTO; Tropidacris cristata; Orthoptera, Romaleidae; 85 mm
MARIPOSA; Thysania agrippina; Lepidoptera, Noctuidae; 120 mm e 266 mm
LIBÉLULA; Mecistogaster lucretia; Odonata, Pseudostigmatidae; 115 mm e 140 mm
BARATA D’ÁGUA; Lethocerus grandis; Heteroptera, Belostomatidae; 90 mm
ABELHA; Exaerete sp.; Hymenoptera, Apidae; 27 mm
BARATA-GIGANTE; Blaberus giganteus; Blattaria, Blaberidae; 70 mm
BESOURO; Titaneus giganteus; Coleoptera, Cerambycidae; 145 mm

Algumas das maiores espécies de insetos da fauna brasileira estão aqui representadas.


                                  Besouro


Os coleópteros (Coleoptera) compõem uma ordem muito diversa de insetos, entre os quais os mais populares são os besouros e as joaninhas. No entanto, essa ordem compreende também escaravelhosgorgulhos entre outros. “Coleoptera” é uma palavra de origem grega, unindo koleos (estojo) e pteron (asas) que, em tradução livre, significa ‘estojo de asa’. Esse nome é explicado através da morfologia desses animais: o par de asas anteriores (externo) é esclerotizado[2] e funciona como uma capa rígida, conhecida como élitro, visando proteção. O outro par de asas, posteriores e internas às asas rígidas, é mais delicado, membranoso, e serve para voar.

A ordem Coleoptera possui o maior número de espécies dentre todos os seres vivos — em torno de 350 mil[3] — sendo portanto o grupo animal que possui maior diversidade. Coleópteros estão presentes em uma imensa variedade de habitats todos os ambientes da Terra, à exceção do oceano, onde têm presença mínima, embora eles ocorram em muitos litorais.[4] Uma característica que teria contribuído para o sucesso da ordem seriam os élitros (ver seção morfologia), protegendo o par de asas com função de voo quando este não está em uso, e permitindo que estes animais ocupassem, como citado, os mais diversos ambientes.[4]

Além da megadiversidade, a ordem Coleoptera apresenta grande variedade morfológica a depender do modo de vida de cada espécie.

                                                      

                                                        Coleoptera


Em sentido horário, do canto superior esquerdo: Lamprima aurata fêmea, besouro rinoceronte (Megasoma sp.), Rhinotia hemistictusChondropyga dorsalisAmblytelus sp..


O besouro Titanus giganteus, de habitat amazônico e outrora raro em coleções. Embora esta espécie tenha a reputação de ser o maior inseto do mundo e o maior besouro conhecido, sendo relatados espécimes com talvez até 20 ou 23 centímetros de comprimento, isto é considerado um mito, uma vez que o maior espécime conhecido mede 16.7 centímetros de comprimento (167 milímetros)


Os coleópteros são holometábolos, então a estrutura corpórea varia a depender da fase de vida que se é observada. As larvas de Coleoptera variam consideravelmente em forma e tamanho em diferentes famílias. Os adultos possuem uma morfologia comum, que inclui elementos encontrados em outras ordens de Insecta, como o exoesqueleto de quitina, dois pares de asas e um par de antenas, e também a divisão do corpo em 3 partes: cabeça, tórax e abdome.

A cabeça é altamente esclerotizada, pode ou não apresentar olhos compostos (raramente apresentam ocelos) e com as peças bucais mandibuladas do tipo mastigador, geralmente opostas e movendo-se no plano horizontal (raramente sugadoras ou reduzidas). Em muitos táxons, a região frontal é alongada e configura uma espécie de “bico”, chamada rostro, no qual nas pontas mais terminais estão localizadas as peças bucais.

Serra-pau fêmea, Batus barbicornis


As antenas dos Coleoptera são apêndices cefálicos, principalmente órgãos quimiorreceptores, que possuem diferentes estruturas sensoriais, sendo as mais comuns cerdas. Além da função sensorial, alguns grupos podem utilizá-las para quebrar a tensão superficial da água (Hydrophilidae aquáticos), para corte (MelyridaeMeloidae) ou até para combate (LaemophloeidaeLucanidae). As antenas de Coleoptera têm apenas três segmentos verdadeiros: escapo, pedicelo e flagelo. Entretanto, os segmentos antenais, conhecidos como antenômeros, normalmente são 11; esse número pode variar a depender do táxon analisado, assim como a própria morfologia da antena varia bastante dentro do grupo.


Vaga-lume, Cladodes sp., Lampyridae

                                           Musculatura

Ao contrário de outros invertebrados e, ainda, vertebrados, os insetos não apresentam musculatura lisa - somente estriadaMiofibrilas contráteis se seguem ao longo dessas fibras, e esse conjunto é arranjado em lâminas ou cilindros. Suas respostas a estímulos nervosos podem ser tanto sincrônicas, demonstrando somente um ciclo de contração por impulso recebido, quanto assincrônicas, com mais de um ciclo de contração por impulso; a musculatura assincrônica está envolvida, por exemplo, no voo. A musculatura se fixa ao exoesqueleto por meio de apódemas, pontos de fusão entre esses tecidos em que a endocutícula é reforçada. Podem estar associados a resilina para promover elasticidade, o que assemelha essas estruturas aos tendões de vertebrados. O voo de Neoptera, onde Coleoptera está incluído, é indireto, o que significa que a movimentação das asas é consequência da movimentação da cutícula onde ela está fixada e não há musculatura diretamente ligada a essas estruturas.

                                     Sistema endócrino

Os hormônios são primariamente produzidos por centros neuronais, neuroglandulares ou glandulares, mas produção secundária também pode ocorrer em tecidos específicos, como ovários. Células neurosecretoras são neurônios modificados, encontrados por todo o corpo do coleóptero, mas principalmente no seu cérebro. São as principais produtoras de hormônios, excetuando-se alguns ecdisoesteroides (indutores de ecdise) e hormônios juvenis. As corpora cardiaca são pares de corpos neuroglandulares; um em cada lado da aorta e atrás do cérebro. Além de produzirem hormônios elas também estocam e liberam os provenientes de outras células neurosecretoras. Glândulas protorácicas também estão organizadas em pares, normalmente no tórax ou atrás da cabeça. Elas secretam ecdisoesteroides, que desencadeiam o processo de muda. Corpora allata, por sua vez, também estão em pares, mas são derivadas do epitélio, e estão localizadas nas laterais do intestino anterior; podem estar fundidas.

                                    Sistema circulatório

hemolinfa circula livremente na hemocele, e sua circulação é dada pela contração das partes do corpo, principalmente movimentos peristálticos do vaso dorsal; parte dele pode ser chamada de coração. Essa hemolinfa não entra em contato direto com as células porque órgãos internos e a epiderme estão revestidos pela membrana basal. Esse sistema aberto não apresenta muitos vasos que conduzam esse fluido, em contraste com os sistemas fechados normalmente encontrados em vertebrados. Os apêndices podem apresentar, em sua base, órgãos pulsáteis acessórios que funcionam como bombas para facilitar a circulação.

                                       Sistema traqueal

A obtenção de oxigênio é feita quando esse gás atravessa os espiráculos e preenche as traqueias, tubos internos que se ramificam ao longo do corpo e cujas terminações contatam órgãos internos e tecidos; essas terminações são muito numerosas em tecidos com alta demanda de oxigênio. No abdome, geralmente há um par de espiráculos por segmento, um posicionado de cada lado do besouro. Espiráculos podem ter um átrio com uma valva, o que confere possibilidade de abertura e fechamento desse orifício. Traqueias são invaginações da epiderme e, portanto, também são envolvidas por cutícula. Tenídias, espessamentos espiralados dessa cutícula traqueal, são responsáveis por permitir a flexibilidade da traqueia, mas impedir compressão e, consequente, que colapsem.

                                       Sistema digestório

O intestino de insetos é dividido em 3 regiões: anterior (estomodeu), médio (mesêntero), e posterior (proctodeu). O estomodeu é responsável pela ingestão, estoque, esmerilhamento e transporte de alimento ao intestino médio, onde enzimas são produzidas e nutrientes são absorvidos. A massa restante, em conjunto com a urina dos túbulos de Malpighi, é encaminhada ao intestino posterior, onde ocorre absorção de água, sais e outras moléculas de interesse antes da eliminação em forma de fezes (ver seção sistema excretor). Entre os Coleoptera há grande variedade de hábitos alimentares, que costuma ser de sólidos. Desse modo, suas peças bucais são majoritariamente, se não sempre, mastigadoras. Cada besouro pode apresentar particularidades a respeito do seu sistema digestório, que refletem propriedades mecânicas e de absorção nutricional dos principais componentes da sua dieta. Partículas sólidas podem ser altamente abrasivas, e seus consumidores apresentam um intestino curto, amplo e reto com musculatura bem desenvolvida e proteção contra essa abrasão, principalmente no intestino médio, não envolvido por cutícula. A depender se o alimento é escasso, como para predadores, pode haver câmaras de estoque. Caso seja abundante, como para herbívoros, essas câmaras estão ausentes.

                                         Sistema excretor

A excreção é união de produtos do metabolismo em conjunto com o processo de osmorregulação, que pode ser entendida como manutenção da composição favorável dos fluidos corporais. Suas funções são primariamente executadas pelos túbulos de Malpighi, cuja quantidade e localização costuma variar em coleópteros, e intestino posterior. A posição e número deles é variável a depender de espécie. Em larvas de Oncideres saga saga, por exemplo, os túbulos estão dispostos lateroventralmente em dois grupos de três. Partículas não processadas pelo animal são diretamente encaminhadas ao reto e ao ânus.

                                     Órgãos reprodutivos


O aparelho copulador masculino é denominado de edeago (aedeagus). Consta de três partes: o tégmen, por sua vez é composto de falobase ou peça basal e um par de paramere (lóbulos laterais); o pênis ou lóbulo médio, normalmente envolto no tégmen; e o endophallus, principalmente membranoso, mas que pode estar armado de espículas e, às vezes de um flagelo (flagellum) largo e esclerotizado. O edeago esta envolto pelo segmento genital (9º segmento abdominal) que desenvolve-se em alguns grupos um largo e estreito esclerito denominado spiculum gastrale.

                               Habitats e ecologia

É possível afirmar que a ordem Coleoptera é um dos grupos de animais mais bem-sucedidos. O sucesso de um grupo de seres vivos é mais comumente medido pela quantidade de espécies pertencentes ao grupo, e em Coleoptera esse número chega a cerca de 350 mil e corresponde a cerca de 40% dos insetos descritos até hoje.

O sucesso de um grupo de organismos é determinado por dois fatores que influenciam um ao outro: (1) o potencial do grupo de se adaptar a novas condições ambientais. (2) o grau de variação ambiental possível. Como o sucesso é medido pela quantidade de diferentes espécies existentes como resultado direto de evolução, as condições ambientais a serem consideradas são as mudanças climáticas que ocorreram em diferentes partes do mundo em um período de muitas centenas de milhares de anos.

Os animais que constituem a ordem Coleoptera são encontrados em quase todos os ambientes, incluindo cidades, ambientes aquáticoscosteiros e de desertos. À exceção estão lugares de altitudes muito elevadas ou temperaturas muito baixas como os polos. Sua ampla distribuição pelo globo terrestre é devido a algumas características que permitiram sua sobrevivência em condições diversas, algumas delas são um par de asas em formato de élitro que protegem o outro par usado para voo e os espiráculos, reduzindo a perda de água, o corpo em formato compacto que permite guardar os segmentos das coxas em cavidades e aumento da esclerotização dos tegumentos (ver seção morfologia). Essas características permitiram os coleópteros explorassem diferentes nichos como árvores (folhagem, ramos, tronco ou raízes), rochas, ninhos (tanto de vertebrados quanto de insetos sociais), o corpo de frutificação de fungos, escombros, áreas de decomposição, água doce, corais na zona entre marés, cavernas, serapilheira, estrume, áreas desérticas, etc. Podem apresentar adaptações para a água doce no estágio larval ou durante todo o ciclo de vida.

                          Comportamento alimentar

A ordem abrange tanto espécies que adotam um modo de vida solitário quanto espécies cujos indivíduos vivem em conjunto. Com relação à alimentação, coleópteros podem ser fitófagos (alimentam-se de plantas), saprófagos (decompõem matéria orgânica), micófagos (alimentam-se de fungos), predadores ou parasitas. É mais comum que as espécies solitárias sejam predadoras, como as da família Carabidae.

É possível observar também em muitas espécies que o comportamento alimentar se diferencia entre os diferentes estágios do ciclo de vida. Esse é o caso do gênero Apion sp. em que a larva se alimenta da semente de Croton glandulosus, enquanto o indivíduo adulto se alimenta do néctar da flor dessa espécie.

As duas superfamílias mais representativas de Coleoptera, Chrysomeloidea e Curculionoidea, que incluem mais de 135 mil espécies são fitófagas e estão intimamente relacionadas com a evolução das angiospermas.

Algumas espécies de uma ampla variedade de famílias desenvolveram relações simbióticas com insetos sociais, vivendo como inquilinos no ninho destes insetos que podem ser presas ou podem ser influenciados a alimentar o besouro em questão. A maioria dos besouros são pragas, mas uma parte deles podem beneficiar os humanos se usados no controle de ervas daninhas ou de outros insetos, como na relação de predação entre joaninhas e pulgões(ver seção humanos e besouros).

                        Reprodução e ciclo de vida

Coleópteros são holometábolos, ou seja, possuem metamorfose completa, inicialmente passando por estágio larval, posteriormente formando pupa e, por fim, tornando-se um imago (indivíduo maduro). A evolução na formação de um estágio de pupa entre o estágio de larva e o adulto levou a uma maior especialização e, portanto, gerou maior eficiência, no ciclo de vida. Essa diferença causou, em algumas espécies, que diferentes estágios de vida tivessem hábitos alimentares diferentes, expandindo seu cardápio alimentar e permitindo que o animal use fontes de alimento que estão disponíveis em curtos períodos de tempo.

Eventualmente, a função principal da larva torna-se acumular reservas metabólicas enquanto a função dos adultos é principalmente se reproduzir e dispersar.

A pupa, além de ser um estágio de transformação entre a fase larval e a adulta, também permite que o indivíduo resista a condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento.

                                            Reprodução

Coleoptera copulando.

A maioria das espécies é dioica, embora existam espécies onde a reprodução é por partenogênese e só há fêmeas e, ainda, espécies que podem se reproduzir tanto de forma dioica quanto por partenogênese. Apesar disso, partenogênese é um comportamento extremamente raro nessa ordem.[3][10]

Na reprodução dioica, o macho fecunda a fêmea e esta armazena o esperma oriundo da fecundação em uma estrutura interna chamada espermateca, até que seus ovos sejam fertilizados. O número de ovos produzidos pode variar de espécie para espécie. A ovoviviparidade é observada em algumas espécies.

Em alguns casos, os machos podem ter as antenas mais longas da ordem, contando com estruturas especiais para identificar feromônios produzidos pelas fêmeas, que fazem com que eles sejam atraídos para a cópula. Ademais, em besouros, a produção de feromônios não é exclusiva do sexo feminino, podendo ocorrer em ambos os sexos, como é o caso dos indivíduos da família Scolytinae.

Além dos feromônios, existem outros mecanismos que ajudam o macho e a fêmea a se encontrarem para cópula. Um deles é o estímulo visual que ocorre em besouros da família Lampyridae, conhecidos popularmente por vaga-lumes. Nesse grupo, ambos ou sexos ou apenas as fêmeas produzem luz em órgãos bioluminescentes localizados na porção posterior do abdômen. Em algumas espécies, as fêmeas emitem luz constantemente para que os machos a localizem e o contato final é feito por vias olfatórias.

Comportamento de corte também é identificado em algumas espécies.

Foi observado cuidado parental em algumas famílias de coleópteros. Os pertencentes à família Silphidae, como os besouros da espécie Nicrophorus orbicollis, por exemplo, mantêm carcaças de pequenos vertebrados (mais ou menos do tamanho de ratos) como fonte de alimento para seus descendentes. Entretanto, o macho da espécie pode abandonar a ninhada muito antes da fêmea.

                                         Ciclo de vida

Larva e pupa

A formas das larvas podem ter ampla variação entre as espécies. No entanto, a maior parte delas apresenta uma cabeça bem desenvolvida e esclerotizada, enquanto os segmentos torácicos e abdominais (usualmente 10 segmentos) são bem distinguíveis. Pernas torácicas podem estar presentes ou ausentes mas pernas abdominais são sempre ausentes.

Em algumas famílias, como Meloidae, é possível encontrar o processo chamado de hipermetamorfose.


As larvas, após eclodirem e se alimentarem, passam por um processo chamado muda, que consiste em uma troca de cutícula quando esta se torna pequena. O processo de muda se repete, geralmente, de três a cinco vezes, até que a cutícula da larva de último ínstar se rompe e a larva madura torna-se uma pupa. Em comparação com a larva, a pupa, que possui apêndices e asas em desenvolvimento, assemelha-se um pouco mais ao adulto, que emerge após o estágio pupal.

Adulto

O adulto pode apresentar grande variação no seu tamanho. A cabeça pode ser prognata ou hipognata e costuma ser muito esclerotizada e de forma variada. Olhos compostos podem estar ausentes ou presentes e ocelos costumam estar ausentes; se presentes, não mais que um par. As antenas e o aparelho bucal apresentam ampla diversidade, embora esse último costuma ser do tipo mastigador. Em muitas espécies, as mandíbulas variam com o sexo, sendo comum serem grandes e ramificadas nos machos. De forma geral, a forma adulta pode ser extremamente variada. Para maiores detalhes, ver seção morfologia.


                                       Sistemática externa

Coleópteros estão inseridos na infraclasse Pterygota, caracterizada primariamente pela presença de asas. Dentro dela estão contidos na subdivisão Endopterygota, cuja principal característica é a holometabolia seção reprodução e ciclo de vida). Evidências baseadas na genitália feminina e na estrutura ocular posicionam esse grupo como próximo a Neuroptera.

Neoptera
 Eumetabola 

 Paraneoptera

 Endopterygota 

 Outras ordens

 
 Neuropterida 

 Raphidioptera

 

 Megaloptera

 Neuroptera

 Coleopteroida 

 Coleoptera

 Strepsiptera

 Polyneoptera

O posicionamento de Strepsiptera no cladograma é problemático. Ainda que larvas de primeiro ínstar dessa ordem sejam similares às de Coleoptera, análises moleculares, assim como o desenvolvimento de seus halteres, posicionam essa ordem como grupo irmão de Diptera ou até mesmo distante tanto de Diptera quanto de Coleoptera.

                                      Sistemática interna

A ordem Coleoptera é considerada monofilética, contando com sete autapomorfias que ajudam a sustentar essa hipótese. Elas abrangem características morfoanatômicas que serão listadas a seguir:

1. Escleritos expostos estreitamente conectados;

2. Ausência dos meros;

3. Ausência de oito músculos torácicos;

4. Élitros com mecanismos de encaixe no meso e metatórax;

5. Padrão característico de dobramento das asas posteriores (internas ao élitro);

6. Esternito abdominal 1 reduzido;

7. Invaginação dos segmentos posteriores.

Há quatro subordens dentro de Coleoptera: AdephagaArchostemataMyxophaga e Polyphaga, as quais são, em geral, entendidas como monofiléticas, especialmente quando são consideradas apenas as espécies viventes. No entanto, ainda não há consenso a respeito das relações entre as quatro subordens dentro da ordem Coleoptera. Hipóteses consideradas serão representadas nos cladogramas a seguir.

Coleoptera 
 

 Adephaga

 

 Myxophaga

 Polyphaga

 Archostemata

Primeira hipótese, considerando característica de imaturos e imagos.

Coleoptera
 

Archostemata

Adephaga

 

Myxophaga

Polyphaga

Segunda hipótese, com base em análises do protórax.

Coleoptera 
 

 Archostemata

 

 Adephaga

 Myxophaga

 Polyphaga

Terceira hipótese, com base nas asas membranosas.

                             Humanos e besouros

Os Coleoptera ocupam diversos ambientes e nichos ecológicos distintos, logo várias espécies acabam interagindo com o ser humano, seja diretamente ou indiretamente, gerando impactos econômicos e ecológicos.

                                   Alimentação humana

entomofagia, ou seja, ingestão de insetos por seres humanos, era uma prática comum nos povos americanos e orientais. Na Venezuela por exemplo, o Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae) era uma espécie conhecida dos índios americanos pré hispânicos, onde suas larvas fazem parte de pratos de povos Yecuanas e Piaroas. São considerados uma importante fonte de proteína, sendo que possuem a segunda maior quantidade de proteína nos insetos, perdendo apenas para Lepidoptera.

                                         Pestes agrícolas

Os insetos no geral são responsáveis por perdas mundiais de cerca de 15% na pós colheita, enquanto no Brasil as perdas chegam a 10% de toda a produção, incluindo também ataques de fungos e ácaros. Lasioderma serricorne (Coleoptera: Anobiidae), que ataca principalmente a produção de tabaco, Stegobium paniceum (Coleoptera: Anobiidae) que ataca grãos e temperos e Rhyzopertha dominica (Coleoptera: Bostrichidae), a principal praga pós colheita da produção de trigo são exemplos de algumas pestes agrícolas bem conhecidas.

                                   Entomologia forense

Entomologia forense é o estudo da relação de insetos com cenas de crime e cadáveres. Os insetos no geral podem ajudar na determinação do intervalo pós morte, movimentação do cadáver e até investigação da causa da morte. Alguns Coleoptera de grande importância forense são os DermestidaeCleridae e Trogidae, que são necrófagos e os Staphylinidae e Histeridae, que são predadores e parasitas. Existem também famílias em que os hábitos variam ao longo da vida, tal qual a Silphidae, cujo adulto é onívoro e as larvas são necrófagas.


Os besouros são insetos pertencentes à ordem dos coleópteros. Esta palavra vem de coleus, que significa caixa, e ptera, asas. Há cerca de 300.000 besouros diferentes no mundo.



Besouro Venenoso
Nome Científico: 
Lytta vesicatoria

Medindo de 1 a 2 cm este besouro vive no sul e centro da Europa, Sibéria e América do Norte. Começa a aparecer na Europa durante o verão. A fêmea põe seus ovos próximos a abelhas, pois quando os filhotes nascem, entram no ninho da mesma. Lá dentro sofrem uma transformação, soltam a pele e viram larvas mínimas que passam a se alimentar dos filhotes da abelha.

Além de exalar um cheiro muito forte, para que os predadores não se aproximem deles soltam um veneno que queima a pele formando bolhas. Este está entre os mais venenosos besouros que existem.

Besouro-tigre
Nome científico:Cicindela campestris

Tem o comprimento de 2 cm e possui antenas articuladas. A larva se transforma em crisálida após 18 meses tendo o seu desenvolvimento em 14 dias. A larva do besouro-tigre fica alojada esperando por sua presa. Ela se enterra num buraco cavado na areia, bloqueia a entrada com a sua cabeça grande e espera por insetos descuidados. Quando sua presa, cai dentro do buraco, ela afasta a areia dos pés da vítima que acaba escorregando lentamente em direção à sua boca. Este inseto na sua fase adulta é feroz e, como a larva, possui um par de mandíbulas entrecruzadas que tem a forma de foice, voando rapidamente se alimenta de outros insetos. Este inseto só é ativo em clima quente.

Besouro-do-esterco ou escaravelho
Nome científico
 : Scarabeus sacer

Mede cerca de 4 centímetros têm três pares de pernas. Seu vôo é pesado e barulhento. Existem espécies de escaravelho ou besouro-do-esterco em praticamente todos os lugares. Tem como característica rolar uma bola de excremento de animais, principalmente de cavalos, que pode ter até 4 cm de diâmetro. Ao terminar de preparar a bola, enterram-na em um buraco para que possam se alimentar. Esta bola é tão preciosa para eles que brigam pra valer por ela.Existem mais de 20 mil espécies de escaravelhos no mundo.Para a reprodução o macho e fêmea se juntam para fazer uma bola em forma de pêra. Nesta bola, a fêmea coloca os ovos para que as larvas ao nascer encontrem alimento para elas.

Besouro Bombardeiro
Nome científico:Brachynus crepitans

Vivendo na superfície da terra este besouro passa a maior parte do tempo se escondendo entre raízes de árvores ou debaixo de pedras, ficando muitas das vezes vários deles debaixo de uma única pedra. Mede mais ou menos 1 cm e vive no sul e centro da Europa, norte da África e Sibéria. Sendo um animal carnívoro, gostam de comer insetos de corpo mole como as lagartas e caracóis, sendo muito veloz para alcançar sua presa.

O nome de bombardeiro se dá ao fato de que quando se sente ameaçado bombardeia, em qualquer direção em que se encontre seu predador, com o jato de um líquido que sai do seu abdome. Este líquido sai e provoca uma espécie de fumaça azulada produzindo um barulho alto assustando deste modo seu inimigo. Esse líquido expelido sai fervendo e com um cheiro bastante forte e desagradável, podendo provocar queimaduras em outros insetos. Na pele humana só causa uma leve ardência.

Besouro Gigante
Nome científico: Titanus gigantus

Não só é o maior besouro como também é o maior inseto do mundo. Além ser o maior inseto em peso, também é o maior invertebrado voador. Vive na Floresta Amazônica, se alimenta de material orgânico em decomposição na floresta. Pode chegar até a 22 centímetros de comprimento, é maior do que a mão de um homem adulto, e pesar cerca de 70 gramas.

Besouro Violino
Nome científico: Mormolyce phyllodes

Sendo considerado entre os maiores besouros do mundo, mede até 10 cm, vive na Ásia se alimenta de animais como lagartas, caracóis e etc. Na fase de larva ele rasteja lentamente pelo solo, mas, quando adulto, sobe nas árvores para viver em frestas de suas cascas. Ao anoitecer oeste animal sai do seu esconderijo a caça de presas. Muito ágil e quase transparente é difícil enxergá-lo na escuridão. Infelizmente é mais um animal ameaçado de extinção devido a destruição de florestas.

Besouro Leopardo
Nome científico: 
Penthea pardalis

Este besouro que mede até 2,5 cm o corpo e 5,5 se incluir as antenas, vive nas florestas de eucalipto do nordeste da Austrália. São chamados também de serra-paus. Sua coloração é bem viva com o corpo cheio de manchas que o ajudam a se camuflar na floresta. Seu corpo é comprido e achatado. O que mais se sobressai neste animal são as suas longas antenas divididas em vários segmentos e bastante sensíveis. Este besouro costuma viver sozinho, mas, em época de acasalamento sai a procura de uma parceira seguindo pelo cheiro da fêmea (feromônio) e nesta hora suas longas antenas entram em ação.

Besouro de Chifre
Nome científico: Lucanus cervus

Estes animais vivem debaixo de troncos velhos ou sob cascas de árvores. Medem de 5 a 10 cm, vivem nas florestas de carvalho da Europa. Alimentam-se na fase de larvas de madeira podre e na fase adulta de brotos, flores e seiva. Nascem de ovos podendo escavar um buraco de até 75 cm para dentro da terra para colocar os ovos nas raízes do carvalho. Chegando a ter até 10 cm suas larvas tem a aparência de vermes gordinhos. Suas mandíbulas são extremamente fortes que mastigam a madeira facilmente. Com o tempo as larvas criam uma casca dura e dentro dela se transformam lentamente em besouro, este processo pode levar de 3 a 5 anos. Os machos são maiores de que as fêmeas, sua coloração é de um marrom quase preta, dificultando enxergá-lo durante a noite.

Besouro Castanho
Nome científico: Tribolium castaneum

ão besouros de coloração marrom avermelhada, achatados. Medem de 2,3 a 4,4 mm de comprimento. Os adultos são bons voadores e chegam a viver até 4 anos. Seus ovos São colocados em sacarias, fendas ou alimentos, minúsculos, claros e recobertos por uma substância viscosa. As fêmeas depositam de 400 a 500 ovos. Estes insetos, muitas vezes, são responsáveis pela perda total em armazéns de todo o mundo. O besouro-castanho ataca todos os tipos de cereais moídos, como farelo, rações, farinhas, fubá e grãos quebrados, além de raízes de gengibre, frutos secos, chocolate, nozes, grãos de leguminosas. São predominantes em ambientes quentes e úmidos. O inseto pode apresentar 3 a 4 gerações em um ano.


Coleoptera: Chrysomeloidea: Cerambycidae: Lamiinae: Acrocinini

Esse impressionante e gigante besouro é um Acrocinus longimanus, um membro da ordem Coleoptera, superfamília Chrysomeloidea, família Cerambycidae, subfamília Lamiinae e tribo Acrocinini.

O tamanho do corpo desse besouro pode chegar a 9cm. As pernas próximas ao pronotro são geralmente o dobro ou mais do tamanho do corpo. O sujeito retratado é um macho.


São amplamente distribuídos no Brasil, onde suas larvas alimentam-se de Ficus sp. (ordem Rosales, família Moraceae e tribo Ficeae; "figo"), Artocarpus sp. (ordem Rosales, família Moraceae, subfamília Artocarpoidea e tribo Artocarpeae; "jaca") e algumas plantas silvestres como Coussapoa sp.. O nome popular "arlequim" do Acrocinus longimanus vem da coloração da criatura e da cabeça, pronotro e élitros ornamentados. As fêmeas produzem cerca de 160 óvulos; os ovos são ovipositados em troncos de árvores. O estágio pupa dos machos demora 10% a mais do que o estágio pupa das fêmeas. Os adultos alimentam-se da seiva de árvores.


Após depositar os ovos, o besouro adulto cava um sulco ao redor do ramo, que eventualmente morre e cai ao chão, onde as larvas irão se alimentar e se desenvolver. Ao emergirem, as larvas irão se alimentar do galho, até que o ciclo de crescimento se complete.

Alimentação: Os adultos alimentam-se da seiva de árvores. As larvas alimentam-se de madeira.

Nome: Gorgulho da Girafa Nome Científico: Trachelophorus giraffa Classificação: Filo: Arthropoda, Classe: Insecta, Ordem: Coleoptera, Superfamília: Curculionoidea, Família: Attelabidae, Gênero: Trachelophorus. Tamanho: O comprimento total do corpo dos machos é de pouco menos de 2,5 cm, um dos mais longos para.


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